tag:blogger.com,1999:blog-38695141797975562852024-03-05T15:57:09.330-08:00Grupo de Estudos de História da CapoeiraBlog do Grupo de Estudos de História da Capoeira - BrasíliaMestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.comBlogger37125tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-366422594426977632019-02-19T18:54:00.002-08:002019-02-19T18:56:21.697-08:00<span style="font-size: large;"><b>Blog do GEHC retornando à atividade</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b></b><br /></span>
<span style="font-size: large;">Comunicamos a todos os interessados a retomada das postagens no Blog do Grupo de Estudos de História da Capoeira. Com a participação de diversos colaboradores, esperamos voltar a contribuir com o debate no campo da história da capoeira e na discussão sobre temas contemporâneos relacionados à nossa arte-luta.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Luiz Renato</span><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-9356631316941967172016-07-28T23:25:00.003-07:002016-07-28T23:55:32.897-07:00Inquietações de um Capoeirista-Sociólogo<h2 style="text-align: center;">
</h2>
<h2 style="text-align: left;">
<span style="color: white; font-weight: normal;"><br /></span></h2>
<h2 style="text-align: left;">
<span style="color: white;"><span style="font-weight: normal;">Luiz R</span><span style="font-weight: normal;">enato Vieira</span></span></h2>
<div style="text-align: center;">
<h2 style="text-align: left;">
<span style="color: white;"><br /></span></h2>
</div>
<div style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px;">
<span style="color: white;">Há trinta anos, em 1986, eu concluía a graduação em Sociologia, na UnB. Como trabalho de final de curso, preparei um estudo que foi minha primeira pesquisa mais sistemática sobre capoeira. Em uma época em que a capoeira era tema marginal nas universidades, mesmo no âmbito das ciências sociais, resolvi aprofundar-me em um dos assuntos que se tornaram mais importantes em minha trajetória acadêmica. A capoeira, quando muito, era estudada por seu exotismo e suas referências culturais de matriz afro-brasileira. </span></div>
<div style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: white;">Entretanto, como jovem sociólogo, que ingressou na Universidade ainda durante a Ditadura Militar e que militou no movimento estudantil, o tema que me inquietava era outro. Eu queria entender como se dava o processo por meio do qual a capoeira ultrapassava barreiras sócio-econômicas e passava a ser praticada por estratos sociais diferentes daqueles em que havia surgido e se desenvolvido. Quais eram os efeitos desse deslocamento, na perspectiva da antropologia e da sociologia da cultura? Estudos sobre isso, inclusive na ótica do "branqueamento" da capoeira, segundo alguns, existem aos montes hoje em dia. Mas, há trinta anos, poucos viam a luta brasileira por esse prisma. </span></div>
<div style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: white;">A escolha do tema resultava de uma inquietação intelectual, mas, evidentemente, também de uma angústia pessoal: uma sensação de estar "fora do lugar", um desconfort</span><span style="color: white;">o no campo cultural há tempos detectado pelos estudiosos clássicos da nossa formação, como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Hollanda e Raimundo Faoro. A leitura desses e outros clássicos e as instigantes reflexões provocadas por meus professores mexeram muito comigo. Foram centrais na minha formação, eu diria. Talvez seja mais correto dizer: foram essenciais na formação de um universo de dúvidas que nunca pude sanar e de curiosidades que nunca consegui satisfazer plenamente.</span></div>
<div style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: white;">Por essas razões, e por acreditar que a história da capoeira pode nos dar muitas pistas para melhor compreender as características e as contradições que marcam a sociedade brasileira, decidi, em seguida, centrar meus estudos de mestrado em sociologia no tema das transformações nos códigos corporais, éticos e ritualísticos a partir da Capoeira Regional de Mestre Bimba. Afinal, só é possível compreender o Brasil a partir das importantes e complexas mudanças que ocorreram desde os primeiros passos da República e, principalmente, a partir do final da década de 1920, culminando com o movimento conhecido como Revolução de 1930. </span></div>
<div style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: white;">Mestre Bimba é fruto dessa época, e sua revolucionária proposta de codificação e sistematização da antiga Vadiação representa um esforço permanente que nós, brasileiros, empreendemos para lidar com tradições no contexto de uma modernidade tardia, inacabada e, sobretudo, excludente. </span></div>
<div style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: white;">Como capoeirista, o criador da Regional era, para mim, o tipo definitivo de Mestre: um grande lutador, uma figura maiúscula em seu contexto social e um vencedor em um cenário de grandes adversidades para a cultura negra e popular. Como sociólogo, Mestre Bimba representava, na minha percepção, um agente de mudanças em um cenário histórico que demandava figuras marcadas pela excepcionalidade, pelo carisma e pela capacidade de liderar grandes transformações.</span></div>
<div style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: white;">De lá para cá, muitos outros assuntos ingressaram em minha agenda pessoal e profissional de pesquisa e de ensino. Penso que vivo aquela fase dos balanços, das avaliações do que foi feito. Satisfaço-me com a convicção de ter feito e continuar fazendo o esforço possível para entender melhor o funcionamento do chamado campo cultural. Principalmente, por ter certeza de que esse é um componente fundamental da construção de uma sociedade democrática, mais tolerante e inclusiva.</span></div>
<div style="display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-top: 6px;">
<span style="color: white;">Sigo, até hoje, tentando lidar com essas inquietações. Trazer a análise dessas tensões e contradições para o campo das políticas públicas no campo cultural é um grande desafio. Felizmente, ano após ano, vemos a capoeira sendo estudada por pesquisadores sérios, com compromisso ético e munidos de uma visão plural e emancipadora de cultura.</span></div>
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19px;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVV4LBZnDz_YoBWSQPeqPaPvNvmu81o0sYxknplMIMCqAD7dSpIDWrza0hkIgi2qrPcdhtMLOsB3hNzM7O5-BDZfxpNU2JB2xIp37Q-w8R4lTAmvtVJlVf39Wa0nxWrSOTrnPFfZVB-Fw/s1600/13680962_650696395080112_5325496350482977118_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVV4LBZnDz_YoBWSQPeqPaPvNvmu81o0sYxknplMIMCqAD7dSpIDWrza0hkIgi2qrPcdhtMLOsB3hNzM7O5-BDZfxpNU2JB2xIp37Q-w8R4lTAmvtVJlVf39Wa0nxWrSOTrnPFfZVB-Fw/s640/13680962_650696395080112_5325496350482977118_n.jpg" width="352" /></a></div>
<div>
<div style="color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSrW6pkyFC-GdrvuGfJx55bxyWupMR57yXQLjlE57Nk2S9_g8CkRHApILgR-8xEgx4VcgdtiMR5BSgXmEVt0KbPeZl3vkdh9bJhy0w9zFVFrXc-bGRT8kdX75eNIbGtNCAuldL65bcKQU/s1600/13876131_650696415080110_5419605498508546995_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSrW6pkyFC-GdrvuGfJx55bxyWupMR57yXQLjlE57Nk2S9_g8CkRHApILgR-8xEgx4VcgdtiMR5BSgXmEVt0KbPeZl3vkdh9bJhy0w9zFVFrXc-bGRT8kdX75eNIbGtNCAuldL65bcKQU/s640/13876131_650696415080110_5419605498508546995_n.jpg" width="352" /></a></div>
<br />
<div>
<div style="color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="color: #1d2129; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-top: 6px;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
</div>
</div>
<div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-49145960980434666742016-07-05T23:07:00.000-07:002016-07-06T06:28:10.059-07:00A Atualidade de Capoeira Angola: um ensaio sócio-etnográfico, de Waldeloir Rego<div class="MsoTitle" style="margin-top: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoTitle" style="margin-top: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoSubtitle" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><i>Luiz Renato Vieira</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoSubtitle" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">Sociólogo e Mestre de Capoeira</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-top: 6.0pt; mso-line-height-rule: exactly; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; margin-top: 6.0pt; mso-line-height-rule: exactly; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Nos últimos anos, a bibliografia sobre a capoeira
tem se tornado cada vez mais rica e diversificada. A arte-luta brasileira tem
sido examinada a partir de olhares diferenciados, e os pesquisadores produzem
trabalhos elaborados e profundos sobre suas características e suas memórias. Nesta postagem, entretanto, optamos por retomar um clássico da bibliografia sobre a
luta brasileira. Trata-se do livro <i>Capoeira Angola: um ensaio
sócio-etnográfico</i>, de autoria de Waldeloir Rego, publicado em 1968, em
Salvador,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>pela Editora Itapuã em
colaboração da Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia, e recentemente republicado.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><o:p></o:p></span><span style="font-size: large;">Durante muito tempo, da publicação de <i>Capoeira
Angola</i>, em 1968, até meados dos anos oitenta, as publicações sobre capoeira
no campo da história e das ciências sociais praticamente não inovaram:
restringiam-se a reproduzir os argumentos e os achados de Waldeloir Rego.
Livros, dissertações e livretos divulgados pelas escolas de capoeira pouco
acrescentavam ao conhecimento já existente, o que indica dois aspectos
importantes: por um lado, mostra que houve um longo período de estagnação da
produção acadêmica sobre a capoeira em ciências sociais, que perdurou até o
final dos anos oitenta; por outro, evidencia a importância da obra de Waldeloir
Rego, que, atuando como divisor de águas, permaneceu longo período como a
referência mais importante para os estudos sobre a capoeiragem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Em suas 415 páginas, o livro é estruturado
em dezessete capítulos, formando, a partir do conhecimento disponível na época
e das cuidadosas pesquisas de Waldeloir Rego, um verdadeiro tratado sobre a
capoeira. Assim, a obra aborda desde temas históricos, como <i>A Vinda dos
Escravos</i> (cap. I) e os <i>Capoeiras Famosos e seu Comportamento na
Comunidade Social</i> (cap. X), até questões relacionadas à presença da
capoeira como tema em diversos tipos de manifestações artísticas: no cinema e
no teatro (cap. XIII), nas artes plásticas (cap. XIV), na música popular
brasileira (cap. XV) e na literatura (cap. XVI).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Entretanto, o ponto forte do livro, como indica seu
título, reside em seu aspecto etnográfico. Para os não iniciados nas ciências sociais, cabe uma explicação. O conceito de etnografia é bem simples –
diz respeito a um tipo de trabalho de pesquisa sobre as formas de viver de um
grupo social em que o pesquisador obtém a maioria de suas informações por meio
da observação direta e, em alguns casos, da participação nas vivências daquela
comunidade. Nesse sentido, além de uma pesquisa histórica (ver o capítulo XII,
intitulado <i>Ascensão Social e Cultural da Capoeira</i>), Waldeloir Rego
realizou uma excelente etnografia da capoeiragem baiana de sua época. Entrevistou mestres, transcreveu cantigas, visitou inúmeras academias,
acompanhou rodas, aulas, rituais e formaturas. Tudo com o objetivo de fornecer
um minucioso retrato da capoeira de sua época. Essa descrição detalhada –<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que aborda a indumentária, o jogo, os toques,
os<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>instrumentos musicais e o canto
–<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>aparece nos capítulos III a VIII.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><i>Capoeira Angola</i>, no entanto, não é um livro
apenas descritivo das tradições da capoeira. O espírito crítico do autor,
profundo conhecedor da cultura baiana e dos riscos do processo de modernização
que, já naquela época, envolvia a capoeiragem, o faz perceber o início de uma
trajetória que se acentuou bastante nas décadas seguintes. No capítulo XVII (<i>Mudanças
Sócio-Etnográficas na Capoeira</i>), Waldeloir Rego já aponta o processo de
descaracterização da capoeira em virtude das influências do turismo, do apoio
inadequado dos órgãos públicos da época e da mudança do perfil social de seu
praticante. Todas essas, como se vê, são questões extremamente atuais, e que
permeiam o debate contemporâneo sobre a capoeiragem no Brasil e no mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O etnólogo e folclorista Waldeloir Rego, nascido em
1930, faleceu em 21 de novembro de 2001. Embora tenha se dedicado a diversos
temas relacionados à cultura afro-baiana, <i>Capoeira Angola</i> foi seu único
livro publicado. Infelizmente, a obra teve apenas uma tiragem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Finalmente, ano passado (2015), surgiu uma nova
edição, prmovida pela Fundação Gregório de Mattos. Trata-se de iniciativa que
merece elogio e reconhecimento por parte da comunidade capoeirística. </span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A obra está disponível para <i>download</i> gratuito na página do Capoeira Viva, de Salvador (<a href="http://www.capoeiraviva.salvador.ba.gov.br/">http://www.capoeiraviva.salvador.ba.gov.br</a></span><span style="font-size: large;">). Isso facilita enormemente</span><span style="font-size: large;"> o acesso dos capoeiristas a esse magnífico livro, que, além de todos as
qualidades mencionadas, ainda traz ilustrações de outro mestre: o desenhista e
pesquisador argentino Carybé.</span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span>
<br />
<span style="font-size: large;"><a href="http://www.capoeiraviva.salvador.ba.gov.br/index.php/livros">http://www.capoeiraviva.salvador.ba.gov.br/index.php/livros</a></span><br />
<br />
-----------------------------------------------------<br />
Agradeço ao Anadson Barbosa (Salgado, do grupo Cordão de Ouro), o envio do <i>link</i> para ser divulgado junto com os comentários.<br />
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent3" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-21899457376447682202016-06-26T16:50:00.002-07:002016-06-26T16:53:26.657-07:00A Capoeira e os Diálogos Filosóficos<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTaku3S1IWddyWaAHGTO83C6lqVHTGj3GsVli-5FNiOiPaVHCHsGivYUwQnkWgbXrR6JqYIm54hhy4HtaxMb03HBrrMXdZAh0th3KEE7fUx4FRFKfPuLrnhv_-ChdjZ6-xDfaBsC9KW0o/s1600/IMG_20160625_145700.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTaku3S1IWddyWaAHGTO83C6lqVHTGj3GsVli-5FNiOiPaVHCHsGivYUwQnkWgbXrR6JqYIm54hhy4HtaxMb03HBrrMXdZAh0th3KEE7fUx4FRFKfPuLrnhv_-ChdjZ6-xDfaBsC9KW0o/s400/IMG_20160625_145700.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-large;">Diálogos Filosóficos: </span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-large;">Educação, aprendizado e crescimento na capoeira</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;">Mestre Squisito e Professor Filósofo</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">Prefácio - Mestre Luiz Renato</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Ao longo de quase quarenta anos de prática e trabalho
com a capoeira, tenho tido a sorte e a honra de ter convivido com pessoas muito
especiais, que valorizam o saber popular e que conseguem olhar o mundo de forma
diferente. Gente que percebe a necessidade de transformar estruturas sedimentadas
e arcaicas, da cultura à política, que sustentam um mundo de desigualdades
sociais e que pretendem minar a pluralidade e a riqueza dos nossos modos de
viver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Mestre Skysito é uma dessas mentes inquietas e geniais
que, felizmente, existem no mundo da capoeiragem. Com a vantagem adicional de,
sendo capoeirista da raiz – com o pé sujo no chão da roda –, também possuir
formação acadêmica e profissional exemplares. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Enquanto muitos fazem um grande esforço para levar uma
vida dual, dividindo-se entre a capoeira e seus afazeres profissionais, Mestre
Skysito nunca se contentou com isso. Seria muito convencional para ele... Sua
trajetória revela um permanente esforço no sentido de integrar a compreensão dos meandros
das mandingas da capoeiragem com o mundo dos sistemas, fluxogramas, modelagens,
governanças e gestões de qualidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Ele, como ninguém, sabe que a trajetória do mundo
civilizado (pelo menos da maior parte do Ocidente) é, em parte, uma tentativa de
ver ordem sistêmica e racional em um universo que se move de maneira muito mais
complexa e multifacetada. Nunca o ouvi dizer isso, mas tenho certeza de que a
capoeira foi uma grande fonte de experiências e saberes para seu exercício
profissional. Afinal, em sua riqueza, a capoeira possui uma lógica de
funcionamento complexa e intrincada e possui dinâmica de difícil apreensão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Claro que me refiro, aqui, ao cenário mais amplo da
capoeiragem, que transcende em muito a roda e o jogo. Falo do cenário em que transitam
mestres, atletas, artistas, músicos e muitos outros que se identificam com a arte
da capoeira em uma ou mais de suas infinitas facetas. A essa pluralidade de
agentes, misturam-se os aspectos rituais, históricos e as inúmeras explicações
que vêm sendo formuladas sobre o funcionamento e os processos de mudança
existentes nesse universo. A tudo isso, temos chamado de teoria da capoeira, o
resultado cumulativo de todo um esforço de explicação acerca da dinâmica desse
universo cultural, envolvendo relações complexas e agentes diversos e
hierarquizados, configurando o que nós, sociólogos, costumamos chamar de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">campo de poder</i>, inspirados no mestre
francês Pierre Bourdieu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Muito se tem escrito sobre capoeira e suas formas de
organização. Inúmeras dissertações de mestrado e teses de doutorado têm
explorado a temática. Nos últimos dez anos, multiplicaram-se os estudos sobre o
papel do Estado nos processos de organização e de valorização cultural da nossa
arte-luta. O livro que neste momento tenho a honra de prefaciar, entretanto, tem
natureza diversa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Esses <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Diálogos
Filosóficos</i> têm a virtude de trazer para o debate, de maneira informal, um
rico conjunto de temáticas que se relacionam com o universo social, cultural e
político da capoeiragem na atualidade. Com a leveza de uma conversa, Mestre
Skysito transita por temas como a necessidade de qualificação profissional de
professores e mestres para lidar com as demandas da atualidade; a dinâmica da
internacionalização da cultura; o processo de escolarização da capoeira e todas
as suas contradições; a questão das tradições e dos antigos mestres da nossa
arte; e muitas outras questões importantes e atuais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Diálogos Filosóficos – Educação, aprendizado e
crescimento na capoeira, elaborado pelo Mestre Skysito em co-autoria com Dolf
Van der Schoot, conhecido como Professor Filósofo, é um livro de muitos
méritos. Eu até diria mais do que isso. É um livro necessário. Estamos em um
momento de inflexão na história da capoeira. Ao mesmo tempo em que o Estado
volta seus olhos para a nossa luta e dá partida em uma série de processos (aos
trancos e barrancos, é verdade!) de reconhecimento e valorização desse
patrimônio, a comunidade da capoeira é chamada a refletir sobre suas formas de
organização, suas práticas e seus valores. Talvez seja exatamente esse o ponto
em que se encontra a maior relevância desses <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Diálogos Filosóficos</i>: a contribuição que traz para a necessária e
urgente autocrítica da comunidade de mestres, professores, pesquisadores e
praticantes da capoeira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">De uma forma sincera, objetiva e desmistificadora,
Mestre Skysito traz à reflexão temas como uma suposta essência libertária da
capoeira. Como cientista social, ele sabe que fenômenos sociais possuem
conteúdo e significado construídos pelas práticas de que resultam, e não são
resultado de uma suposta essência a-histórica. Assim, explica Mestre Skysito, a
capoeira é e sempre será o que fazemos dela. Ela ganha significados sociais e
culturais de acordo com nossas práticas e com as relações de poder em que se
envolve.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Esse é o tom do livro. Mesmo sendo, há muito tempo,
conhecedor do talento e da sabedoria do meu amigo Mestre Skysito, fiquei,
realmente, impressionado com a originalidade da proposta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Tenho certeza de que temos, aqui, um marco! Um momento
em que o capoeirista percebe que, para além da condição de resistência à
opressão, há que se refletir sobre a maneira como devem ser trilhados os
caminhos que se abrem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Certa vez, ouvi de um grande mestre baiano, um
baluarte da Capoeira Angola, Mestre Curió, a afirmação de que a mandinga não
tem hora nem lugar: “Você tem que ter mandinga até para comer um bolo de
carne”. Mestre Skysito, agora, nos mostra que temos que ter mandinga para
repensar nossa mandinga. E, para isso, nada melhor do que um bom diálogo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Parabéns, Mestre Skysito e Professor Filósofo. E
obrigado por nos oferecer uma leitura tão instigante sobre nós mesmos e sobre o
que fazemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Luiz Renato Vieira</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">Mestre de Capoeira – Sociólogo, Mestre e Doutor
em Sociologia, com Pós-Doutorado em História Comparada. </span><span style="font-size: 11pt;">Professor da disciplina </span><i style="font-size: 11pt;">Prática Desportiva – Capoeira</i><span style="font-size: 11pt;"> na Universidade
de Brasília.</span></div>
<div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-63587051366958930422015-05-01T16:28:00.001-07:002015-05-01T17:46:13.745-07:00<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; line-height: 19px; margin-bottom: 6px; text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;">A História Oculta da Capoeira</span></b></div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px;">
Comentários sobre o livro The Hidden History of Capoeira: a collisio<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">n of cultures in the brazilian battle dance, de </span>Maya Talmon-Chvaicer (Austin, University of Texas Press, 2008).<br />
<br />
<b><i>Mestre Luiz Renato</i></b></div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px;">
"The object of this book is to reveal narratives that have been repressed and excluded from the history books and thus to present a far more intricate and detailed study of the development and meaning of capoeira than has been available previously." (p. 2)</div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Apenas agora me detive e li de ponta a ponta. Uma grande alegria em ver a capoeira tratada em perspectiva histórica, com a profundidade que merece. O livro de Maya Talmon-Chvaicer, The Hidden History of Capoeira: a collisio<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">n of cultures in the brazilian battle dance (Austin, University of Texas Press, 2008), com acurada sensibilidade antropológica, analisa as simbologias e os seus múltiplos significados na capoeira e traça um belíssimo panorama do desenvolvimento contemporâneo de nossa arte-luta. A autora é professora no Canadá e obteve seu Ph.D. na Universidade de Haifa. Infelizmente, ainda não há tradução para o português.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19px;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
A obra percorre uma impressionante bibiligrafia, para fazer uma leitura crítica e muito consistente de como se tem construído os discursos, sobretudo acadêmicos, sobre a capoeira. O livro, como promete, desvela narrativas; explora os intrincados caminhos das diversas linguagens da capoeira, para além das já muito ricas expressões do jogo corporal. Aborda os dilemas da expansão da capoeira e questões como a preservação das tradições e os caminhos e descaminhos da dicotomia Angola-Regional no cenário contemporâneo. A reflexão sobre os temas como o tempo e o espaço e o significado da malícia são realmente geniais…</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Em um tempo em que ressurge, com muita intensidade, o debate sobre o futuro da nossa arte, e em que muitos apontam (com toda razão, em minha opinião) os riscos da esportivização, é sempre bom retornar aos autores que se dedicaram a estudar a capoeiragem como fenômeno rico e complexo, que não pode ser reduzido a apenas uma dimensão da nossa vida social. </div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
"So what is capoeira? It is the game of life; the depth, wealth, and variation of the capoeira language; the Capoeiras' social and cultural legacy; their encounters, conflicts, and fusion. Take a turn around the world, comrade" (p. 179).</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Fico muito feliz em, de vez em quando, dedicar algumas horas à leitura de autores que exploram esses temas clássicos no campo da nossa capoeiragem. Mais gratificante ainda é encontrar interpretações que vão além, muito além dos padrões da historiografia tradicional. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoS_ghy1GNer_7WWi6r9AW1Sw0L-OUTVw5Zu4_tUR9hohNEn4TMGloKb-tskOz3pChKjcbmx5rPaJrftl4y-s207MSUNvLCy8jQMRhyLqOV_ubCQHhSrujTIvzLcqLQxuBj4Ezx0vhOLI/s1600/10422193_463903017092785_8285742336333910297_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoS_ghy1GNer_7WWi6r9AW1Sw0L-OUTVw5Zu4_tUR9hohNEn4TMGloKb-tskOz3pChKjcbmx5rPaJrftl4y-s207MSUNvLCy8jQMRhyLqOV_ubCQHhSrujTIvzLcqLQxuBj4Ezx0vhOLI/s1600/10422193_463903017092785_8285742336333910297_n.jpg" height="320" width="176" /></a></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
<div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-19281789767643303572012-05-21T06:07:00.001-07:002012-05-21T06:13:55.027-07:00<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><b><span style="color: #2a2a2a;">ALUNOS-MESTRES-DOUTORES DE CAPOEIRA</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; text-align: right;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a; line-height: 150%;">Mestre Cobra Mansa</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a;">Fui convidado para ir a uma defesa de
dissertação de mestrado em Educação na UFBA. Fiquei curioso diante de tal
convite, pois pela primeira vez iria participar de uma defesa sobre capoeira em
uma universidade. Fiquei ainda mais curioso e, também, feliz quando percebi que
quase todos na banca eram amigos da capoeiragem, e alguns, inclusive, eram meus
alunos de capoeira. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a;">O início do ritual lembrou-me um
pouco uma roda de capoeira, pois a cerimônia em si, mais parecia um batizado ou
um exame para mestre de capoeira, em que cada mestre deveria jogar uma vez
com a candidata. O primeiro fez um jogo legal, tentando explorar de todas
as formas as aberturas que encontrava e mostrar seu conhecimento – não para a candidata
em si, mas mais para o público que estava presente. O mestre da Roda e
orientador da candidata ficou observando e mediando o
jogo durante o desenrolar da roda, mas não poderia interferir muito
no jogo da candidata nem dos mestres, pois tudo que deveria fazer ou não fazer
pela aluna já tinha sido feito. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a;">O segundo mestre doutor
que aparentava ser um pouco mais novo começou fazendo um jogo bonito,
valorizando tudo que a candidata tinha aprendido e preparando-a para um jogo
duro, tentando de todas as formas mostrar suas habilidades de mestre, e
deixando bem claro para todos que o seu jogo seria muito mais cobrado, pois ele
acreditava que para ser mestre o candidato ou a candidata deve ter certas
qualidades e habilidades.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a;"> No meio do jogo ele chamou a candidata para o
pé do berimbau, cantou um corrido e partiu para o jogo de dentro, explorando
tudo o que a candidata sabia e, até o que não sabia, mas que sem
querer escreveu. Depois, partiu pra cima com ataques duros e sem chance da
pobre menina sequer respirar. Em seguida, abriu um pouco o jogo para que a
candidata se soltasse. A menina, pensando que já estava no final do jogo,
tentou mostrar suas habilidades. Foi tudo o que ele queria. Veio logo em
seguida com uma rasteira e uma cabeçada fatal jogando a mesma no chão e deixando
algumas pessoas do público um pouco irritadas, pois acreditávamos que não precisava
de tantas cobranças considerando que a candidata era, apenas, uma iniciante no
jogo de mestre ou mestrado. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a;">Ao final, como um
bom mestre e capoeirista, ele deu a mão e saiu do jogo educadamente, dando
lugar à mestra a qual a candidata tinha um carinho especial, tendo, inclusive, chegado
a treinar com ela. Mas a surpresa veio mesmo no meio do jogo, quando em um
movimento malicioso, usando os contra-ataques que a mesma havia ensinado como
fazer – mas não explicou como sair – contra-atacou sem piedade. Fiquei a
refletir: a mestra deixou para dar o ensinamento no momento da roda. Já dizia Mestre
Pastinha: "O mestre reserva segredos, mas não nega explicação".</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a;">No final do jogo, a
candidata, para mostrar que sabia um pouco além daquilo que havia jogado, falou
de sua experiência e, humildemente, mostrou que ainda tinha muito a aprender, e
que gostaria de, um dia, também ser Mestra/Doutora, o que deixou os outros mestres
e a plateia, em geral, bem mais feliz...</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a;">Fiquei no meu
canto, como mestre, observando tudo. Por um instante tive um </span><i>Deja Vu</i><span style="color: #2a2a2a;">. Na década de 1930 os alunos
universitários do Mestre Bimba influenciaram a capoeira introduzindo elementos
acadêmicos como o ritual de formatura e de batizado, o paraninfo e até nomes de
movimentos como a meia lua de compasso, mudando a forma de ver e pensar da
capoeira. Interessante observar que quase todos os alunos de Mestre Bimba eram
doutores, no entanto, na capoeira não passavam de meros iniciantes de capoeira.
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a;">Fiquei sem saber se
estava em uma universidade ou em uma roda de capoeira. Como em uma roda de
capoeira, os doutores presentes usavam termos exclusivos da capoeira e dos
capoeiristas e eu me surpreendia a cada diálogo. Os comentários sobre a dissertação
eram falados em forma de movimentos de capoeira. Um dos doutores da banca usou
uma frase: "não entendi a sua chamada". Outro doutor falou:
"estava esperando um jogo mais duro". "Você fez uma chamada
e eu fui e fiquei esperando como você ia sair". Pensei comigo: acredito
que os “capoeiristas doutores” ou “doutores capoeiristas” estão mudando a forma
de pensar da universidade. Comecei a acreditar que o capoeirista, não importa
onde esteja, vai levar consigo, em seu interior mais íntimo, o seu jeito de ser
e pensar na roda da vida. A roda da capoeira faz parte da roda da vida.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #2a2a2a;">Saí de lá feliz por
ter participado de uma defesa de mestrado em capoeira. Considerando que
a mestranda, agora mestra, sonha em ser, também, mestra de capoeira, enquanto os
doutores que já possuem mestrado são, ainda, alunos de capoeira. Diante
disso, lembrei-me da frase tão célebre na capoeira: "Sou discípulo que
aprendo, sou mestre que dou lição", ou melhor, "Sou discípulo que
aprendo que em doutor vou dar lição". Não estudei pra ser soldado nem
também pra ser doutor aprendi a capoeira pra bater no inspetor.</span></span></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-35730068491314115492012-04-20T04:52:00.000-07:002012-04-20T12:31:26.130-07:00<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Reflexões sobre a união da capoeira</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">“Às vezes me chamam de negro...”. Este foi o chamado que me levou ao Evento dos Mandingueiros do Amanhã em São Luís do Maranhão – coincidência ou não, Luís também está no nome do autor da cantiga: Mestre Luiz Renato. O chamado aconteceu devido a um convite para esta cantiga entrar em um CD de comemoração aos 15 anos de existência (e resistência, como eles dizem) do projeto Mandingueiros do Amanhã, que trabalha a capoeira angola e outras manifestações culturais com as crianças da cidade de São Luís. Esta cantiga entra no CD como uma bela homenagem aos povos e culturas que sofrem algum tipo de opressão ou preconceito, pois a melhor e mais inteligente maneira de se responder a um preconceito é através da paz e do perdão!</span><br />
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana, sans-serif; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-nTzvJmdc436Pp5w4lR16hoQanWvv7RUTudZCa7bM-P-HAuydSHAsk3-mfVyqa6kVczxXdzIfR61DCka3wMPPh5OLk_s4RAFWuYjBZ1XZTjV_qK5kNNrZeFsTH2BS0x8brA1TBGa-0h0/s1600/Mandingueiro+do+Amanh%C3%A3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-nTzvJmdc436Pp5w4lR16hoQanWvv7RUTudZCa7bM-P-HAuydSHAsk3-mfVyqa6kVczxXdzIfR61DCka3wMPPh5OLk_s4RAFWuYjBZ1XZTjV_qK5kNNrZeFsTH2BS0x8brA1TBGa-0h0/s320/Mandingueiro+do+Amanh%C3%A3.JPG" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">As barreiras da capoeira começam a ser mais permeáveis. As diversas discussões que surgiram durante uma mesa redonda colocaram a capoeira como sendo uma só. As palavras de falta de respeito e ignorância cultural de um repórter do SBT aproximaram – sinto eu – todos os capoeiristas. Somos divididos em grupos, estilos, escolas, tradições, rituais, mas o que realmente é essencial é que a capoeira é uma só. Um só corpo e um só espirito. Dizem que há males que vêm para o bem. Pensando no lado positivo das asneiras que o repórter falou, ele tem certa razão. Calma! Não estou concordado com ele, mas estou refletindo o porquê da capoeira ter permitido um repórter falar tal coisa em um noticiário para tantas pessoas ouvirem. Quem ouviu e já tinha certo receio com a capoeira afirmou mais ainda o seu preconceito, em contrapartida, quem ouviu e tem uma esperança na capoeira como uma condição humana mais evoluída, ficou indignado. A capoeira é algo que reside na essência da Natureza. Qual a mensagem que realmente nós, capoeiristas, devemos observar em tudo que foi dito pelo repórter? A capoeira às vezes é vista desta forma, pela própria desunião entre seus grupos e os estilos. Capoeira que tem preconceito com capoeira, o resultado é este! Devemos sim, em primeiro lugar, nos respeitar e respeitar todos os estilos e grupos que existem!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Cresci jogando capoeira e por algum tempo ela me pôs de lado (com uma benção no peito), como se ela [a Capoeira] estivesse falado: “meu filho vai estudar! Depois você volta pro jogo!” Entendi que a capoeira é viva! Com eu, como você, como tudo que vive e tem alma neste planeta! A capoeira é uma força oculta da natureza! E, em um determinado momento da história, ela se apresentou para servir aos negros vindos do continente Africano. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Muitas vezes, vi que existiam (e acho que ainda existem) verdadeiras guerras entre grupos de capoeira. E até preconceito em relação a um ou a outro estilo de jogo, de toque de berimbau e de tradição. Algumas escolas foram permitidas pela capoeira, a fim de alcançar o maior número de adeptos. A capoeira, sendo uma força da natureza, tem sua essência instalada dentro de uma cultura que é muito diversificada. A capoeira é sábia o bastante para entender que se ela se manifesta de uma forma só. </span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">A capoeira é como a religião, que existe de várias formas, várias tradições e rituais para poder alcançar todas as diferentes culturas e povos do planeta. E o que é mais importante dentro das verdadeiras religiões é que todas levam a um só lugar: a compreensão da existência de Deus e da transformação da condição humana individual para uma condição fraternal. Cada religião está certa dentro do seu “certo”, e errada a parir do momento que desrespeita o “certo” do outro. Assim é com a capoeira. Cada escola está certa dentro do seu propósito, dentro da sua filosofia e da sua tradição. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Por muito tempo a capoeira de raiz se manteve fechada e rígida com a tradição dos antigos mestres. Talvez pelo cuidado de não perder a tradição. Mas os tempos de hoje são outros e a busca pela ampliação dos horizontes da capoeira de raiz estabeleceu um laço de confiança e amizade. Essa foi a impressão que eu tive durante o evento. Realmente me senti em casa: a união de todos os estilos, de todas as escolas e das tradições da capoeira. </span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Esse foi o resultado da mensagem que aquele infeliz repórter transmitiu. Ele insultou a capoeira e os capoeiristas. A capoeira permitiu tal insulto, para que, assim, os capoeiristas acordassem para uma união que estabelecesse laços para poder lutar dentro de uma sociedade moderna e crítica. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Buscar formas inteligentes de uma política com um mesmo ideal, e não ficar preocupado com tal tradição ou tal escola, que o jogo é assim, que o jogo é assado, que eu sou capoeirista e vou guerrear outro capoeirista. Capoeira é uma luta, mas essa luta não deve se limitar à roda. Essa luta deve ser diária. Não devemos nos preocupar com o estilo da capoeira, mas fazer da capoeira nosso estilo de vida. A capoeira muito nos ensina sobre a vida e nela está a fonte de todo o bem estar da vida. A capoeira pode nos dar o real prazer e o sentido da vida, assim como qualquer outra força da natureza!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">A capoeira de raiz cresceu e se transformou em uma grande árvore sagrada, e de seus vários ramos brotaram os mais diferentes frutos desde a capoeira arte-cultural que valoriza a integridade física dos seus praticantes até à capoeira de combate, que demostra a força e a superação do medo. Mas os tempos são estes: União! E o caminho para isto está na seguinte reflexão: sendo fruto, como posso renegar minhas raízes? Sendo raiz, como posso maldizer meus frutos? Na vida devemos estar sempre abertos ao aprendizado. O que podemos aprender com essa situação de um insulto em rede nacional? Escutei certa vez – da essência da capoeira que vive em mim – a seguinte descrição sobre o significado da palavra Mestre, que na realidade é uma homenagem da capoeira ao Mestre Luiz Renato por tudo o que ele batalhou e batalha por ela:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Fui buscar nos versos do passado</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Coisas que me viam ao pensamento</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Outras eu lia no vento</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">A respeito da palavra Mestre</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Mestre é aquele que está apto a aprender</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Ensina aprendendo e aprende ensinando</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">É aprendiz do seu próprio ensino</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Que é refinado rumo ao ideal</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">E transmite com amor</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Em forma de som</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">De canto e de grito</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">De um jeito musical</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Em forma de corpo</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">De alma, de ginga e suor</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Ao toque do Berimbau</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Muitos são mestres de diploma</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Mas poucos são Mestres da vida</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Que ensinam o que aprendem</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Pela pura consciência </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">De ver um Mundo melhor</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Obrigado ao Mestre que nos ensina</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">A arte-luta da Nação Brasileira</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">Que nos faz ter orgulho</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<span style="font-size: 12pt;">De sermos filhos da Capoeira</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Acredite! A União faz a força!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Paz e Bem!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;">Rocha</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana, sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;">(Aluno do Mestre Luiz Renato)</span></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-88675177407983374672012-04-09T04:47:00.001-07:002012-04-09T04:48:36.820-07:00<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><b><span lang="EN-US">The Natural History of the
Musical Bow </span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;"><i>Há muito tempo, a história do berimbau fascina os
capoeiristas. Muitas são as lendas relacionadas à origem e ao papel desse
instrumento nas rodas de capoeira. Até muito recentemente, no meio da
capoeiragem, apenas se conhecia o estudo elaborado por Kay Schaffer, intitulado
O Berimbau-de-Barriga e seus Toques (Monografias Folclóricas, n. 2, Ministério
da Educação/Funarte, Rio de Janeiro: 1977), uma excelente pesquisa sobre a
origem do arco musical e, principalmente, sobre sua utilização na capoeira – o
estudo inclui a criação de um sistema pioneiro e muito simples para a
codificação dos toques e o registro de sua execução pelos principais mestres da
capoeiragem baiana. Alguns trabalhos etnográficos, de menor porte, também
circulavam entre os interessados no tema. </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: small;"><i>O advento da Internet, entretanto, mudou tudo e
tornou possível o acesso a informações antes mantidas em bibliotecas e arquivos
fora do alcance da maioria dos capoeiristas. O livro de Henry Balfour é uma
dessas pérolas que, hoje, podem ser baixadas pela internet. A Camila D'Avila
nos apresenta o texto, em uma interessante resenha. </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: small;"><i><span lang="EN-US">Boa Leitura!</span></i><span lang="EN-US"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: left;">
<span style="font-size: small;"><i><span lang="EN-US">Mestre Luiz Renato</span></i><span lang="EN-US"></span><b><i> </i></b></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: small;"><br />
BALFOUR, Henry. <b>The natural history of the musical bow</b>: dos primeiros arcos musicais ao berimbau da
capoeira. Oxford, 1899.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 12pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 12pt; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheNgWRVyqUH6eW7Q22onJ_ygA7oRV6ncIVlevQBFCZI-fWt80vdjm6FZE-Sa3pO38Y7YOZ8OY2fdITL26yDnVvjjOw78nkYqbkhVcGg0kmJT_bRUlJJuOLQ4GnhBM7luk_EjyME3jtnqM/s1600/image+1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheNgWRVyqUH6eW7Q22onJ_ygA7oRV6ncIVlevQBFCZI-fWt80vdjm6FZE-Sa3pO38Y7YOZ8OY2fdITL26yDnVvjjOw78nkYqbkhVcGg0kmJT_bRUlJJuOLQ4GnhBM7luk_EjyME3jtnqM/s1600/image+1.png" /></a></div>
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_4RIs69013ys471HyQysqlOIowt-Mk-JSk__Ohj25Mfgq5CsMgrHi4gD-kcHGJ5hPI7U-L8sbm7aIFTsaRdhCLLGr3RYZYQOJIJu32gXxi-U_w6qul_pzLW0jUDAW8kCa3NE7fNVRtII/s1600/bow+1.png"><span style="color: blue; text-decoration: none;"></span></a></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 12pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">O livro <i>The Natural
History of the Musical Bow</i>, de Henry Balfour, tem por objetivo abordar o
nascimento dos instrumentos de corda que tiveram como protótipo o arco e
flecha. Desde a distribuição geográfica e suas principais variedades até a
influência dos instrumentos mais primitivos nos mais elaborados.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;"> Ao longo da leitura podemos
enxergar a ancestralidade do nosso instrumento símbolo da capoeira: o berimbau.
O mais impressionante é que ao ler esse texto nos deparamos com tantas formas
impressionantes de tocar que jamais teríamos pensado, além do jeito que tocamos
nos dias atuais. Agora, o inacreditável é a data na qual esse texto foi
escrito: 1899. Como pode um texto tão maravilhoso ter passado despercebido aos
amantes da capoeira? E mais, como pode ele ter sido escrito há tanto tempo e
quase ninguém conhecê-lo?</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;"><br />
O autor começa pela abordagem
de tradições e lendas que falam de instrumentos de corda no formato de arco.
Tais lendas têm como plano de fundo a Índia, o Japão e a Grécia. No primeiro
tem-se a <i>panâka</i>, no segundo o <i>koto </i>e por fim a <i>kithara </i>ou <i>cithara
</i>representando os gregos. Para continuar a história do nascimento do arco
como instrumento musical, ele a divide em três estágios mostrando a caminhada
desse instrumento pela África e a sua evolução. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsVkBm5btnFgI3pxiSlf6ie4cv-cUCms8eC4fk1r3XJYhhqdpxgnQCTGbUv_94n77OtI8Nz4e9-rA5hxatMSsWH1qGJMd7CIFHGuHlscjtSTdOjr0-nf5zQ6IA7QD94XkPWdLTkGzyjIA/s1600/image+2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsVkBm5btnFgI3pxiSlf6ie4cv-cUCms8eC4fk1r3XJYhhqdpxgnQCTGbUv_94n77OtI8Nz4e9-rA5hxatMSsWH1qGJMd7CIFHGuHlscjtSTdOjr0-nf5zQ6IA7QD94XkPWdLTkGzyjIA/s320/image+2.png" width="320" /></a></div>
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMVxp20Kg9dHU49jsU-SZnn6_ub5FZs1yRFrwg33urQWwxbTpjjEsOfEyehvvtC5Ec1H-YAd6dWvpTJ3HFcwQ3p8_p-5H0fGMKGI9Hc4bA_f6YHVwP_LO-dhRiqrxU4LFSUB6M_kDSOrM/s1600/bow+3.png"><span style="color: blue; text-decoration: none;"></span></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">O primeiro cenário é <i>Damaraland</i>,
atual Namibia, onde seus habitantes começam a usar o arco de caça para a música
com o objetivo de relaxarem, além da sua função propriamente dita. Mas como
eles faziam isso? Eles amarravam um pedaço de corda para dividir em dois
comprimentos a corda já tensionada do arco, tal qual o rami da cabaça faz no
nosso berimbau dividindo o arame em dois pedaços. Só que o mais interessante é
que eles tocavam o arco na posição horizontal e posicionavam a boca na madeira
de forma que ela fazia o papel de uma caixa de ressonância, exatamente a função
da cabaça. Para fazer música, eles batiam na corda tensionada com uma baqueta,
e em vez de terem a preocupação com a sequência das notas musicais, eles
prezavam pelo ritmo a ponto de conseguirem imitar com perfeição o trote dos
animais. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">Essa preocupação com o ritmo e
não com a melodia em si nos acompanha até hoje, já que é um instrumento que, em
geral, produz apenas duas notas, e, no cotidiano das rodas de capoeira, não
afinamos os berimbaus em notas específicas. Quando aprendemos os toques do
berimbau estamos atentos apenas à relação entre os sons produzidos com a corda
solta e com a corda presa com o dobrão, e não com que notas específicas estão
sendo produzidas. O interessante dessa primeira parte é a seguinte pergunta:
como alguém teve a ideia de usar uma arma, que é o arco e flecha, para fazer
música? Eu não sei nem dar um palpite, mas que foi uma ideia brilhante isso não
podemos negar.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-WwDUDV8I4me6xrB09t-poacVf8axW-08QF9ZHRegVc-jTWZidwgKIHo1qiDUXd1ZZbQ3Zysgvq6BS1zMVR26N6Tw-iGk1hR_63XPqn4AVgzOQayES8A9Ihw0yF0PQU6_BFydabxdoX0/s1600/image+3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-WwDUDV8I4me6xrB09t-poacVf8axW-08QF9ZHRegVc-jTWZidwgKIHo1qiDUXd1ZZbQ3Zysgvq6BS1zMVR26N6Tw-iGk1hR_63XPqn4AVgzOQayES8A9Ihw0yF0PQU6_BFydabxdoX0/s1600/image+3.png" /></a></div>
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-Uh42gXcvcufC117jX0mWHATvCHg_exp_RjaQmJ-qtFhL8THI9YvqJwDg7PrfS81TWmuAt5ux2ltEx3JFMiEHn1gD6QIiC25SIkAO1NFhyphenhyphen7RGqq7pRB0sufD7TPgL0oHn-iT4Y60Np1E/s1600/bow+2.png"><span style="color: blue; text-decoration: none;"></span></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">Ao chegarmos ao segundo estágio,
o arco já é usado apenas para atividades musicais. Esse instrumento atinge
várias regiões da África adquirindo tamanhos, formas de tocar e materiais
variados, mas tendo em comum, o uso da boca na hora de tocar. O que devia ser
bastante difícil. Imaginem... Além de todo o trabalho de coordenar a baqueta,
de segurar o arco, ainda tinha que usar a boca! É muita coordenação motora e
habilidade para fazer tudo isso ao mesmo tempo.</span></span><br />
<br />
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">No terceiro estágio, adicionam ao
arco um objeto para ser a caixa de ressonância dele substituindo, assim, o uso
da boca para tal função. E quem faz esse papel no nosso berimbau é a cabaça.
Uma ótima estratégia para aprimorar o som produzido, sem contar que facilitou
muito na hora de tocar. Nós podemos dizer isso hoje, já que tocar o berimbau
usando só as mãos já é difícil o suficiente. Esse último formato adquirido pelo
arco musical permaneceu, mas havia variações de região para região da África em
relação ao tamanho do próprio arco, a abertura da “cabaça” e até da forma desse
ressonador.</span></span><br />
<br />
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO22H8XLM65j-aMNFGl8eH0QlcNT5xjotbfCJGgA4JYxGe4rL-POfvPDYKTm7yVgkhb-JfwC6tUKLCp_9JpU50o-ImhhuI9Y0BLk7j9mlYgnwkYWumdZV9ia3hKRS-_4kJZYEXjTqkIR8/s1600/image+4.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO22H8XLM65j-aMNFGl8eH0QlcNT5xjotbfCJGgA4JYxGe4rL-POfvPDYKTm7yVgkhb-JfwC6tUKLCp_9JpU50o-ImhhuI9Y0BLk7j9mlYgnwkYWumdZV9ia3hKRS-_4kJZYEXjTqkIR8/s1600/image+4.png" /></a></div>
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz4xUO_T2BVciiLkifkhVm7Y9t_QUFFiXoglJOTz7lTjUVu7KB8HwxkgGBn7MO4Dy9rfcFqdnLf-UZsed0hNjjANNBp9M_mbF82WJwiUP8-_L3aLV8EgkVnlQ94lkm_TOoLwMKNIn9wR8/s1600/bow+5.png"><span style="color: blue; text-decoration: none;"></span></a></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">Após a passagem pelo terceiro
estágio de evolução do arco musical, o autor mostra como e quais regiões do
mundo esse instrumento atingiu, perpassando pelas funções que ele adquiriu de
acordo com a região do globo. Até para espantar demônios ele foi utilizado. Assim,
ao longo do texto, a gente se depara com a universalidade e a ancestralidade
desse instrumento que faz a alegria das nossas rodas de capoeira hoje.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">Henry Balfour foi um arqueólogo britânico.
Nasceu em 11 de abril de 1863 e morreu em 9 de fevereiro de 1863. Balfour foi o
primeiro curador do Museu de arqueologia e antropologia <i>Pitt Rivers</i> na Universidade de Oxford. Balfour foi, também, presidente do Real Instituto antropológico da
Grã-Bretanha e da Irlanda, da Associação de Museus, em Londres, da Sociedade de
Folclore, do Instituto de Geógrafos britânicos e da Sociedade Real de
Londres. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Resenhado
por Camila D'Avila</span><br />
<br />
<br />
<br />
<br /></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-23002983122248350032012-02-28T14:14:00.001-08:002012-03-26T05:16:46.940-07:00Capoeira Patrimônio Imaterial da Humanidade<br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<i>Não faz parte da proposta do blog reproduzir textos já divulgados por outros meios; entretanto, dada a importância do tema e a afinidade com as questões que aqui discutimos, postamos o texto de divulgação do manifesto pela inclusão da capoeira na Lista do Patrimônio Imaterial da Humanidade, mantida pela Unesco.</i></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<i>Vamos examinar o tema nas próximas postagens. No momento, pedimos a atenção para o texto divulgado pelo Iphan.</i></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<i><b>Mestre Luiz Renato</b></i></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmUhMHLxTBmJdSg_rPxkdwUABk9Aw3b15Unj2UsmZzYNp5-VFyU_8K8YSh_HenGOaR2ObCp8x2f9Nf6dvCmj08BUeQpaG5f78RCuxnEg8BtF3DjvT2cLQbMnISM6C7NXsiKKVGEM-RUA4/s1600/campanha+lista+TT.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmUhMHLxTBmJdSg_rPxkdwUABk9Aw3b15Unj2UsmZzYNp5-VFyU_8K8YSh_HenGOaR2ObCp8x2f9Nf6dvCmj08BUeQpaG5f78RCuxnEg8BtF3DjvT2cLQbMnISM6C7NXsiKKVGEM-RUA4/s400/campanha+lista+TT.jpg" uda="true" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<b>O nosso mundo da Capoeira vai firmar ainda mais a nossa Capoeira no mundo</b></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
A Unesco, organização internacional de educação e a cultura, vai se reunir em 2014 para incluir a Capoeira na lista do Patrimônio Imaterial da Humanidade. O Brasil já tem 18 bens declarados nessa lista do Patrimônio Mundial. Chegou a vez da Capoeira. É mais um passo na consolidação da Capoeira como expressão original do povo brasileiro que se oferece aos povos do mundo como prática, atitude de vida, pensamento, técnica, esporte, prazer, arte e cultura. </div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
Não é só mais um título bonito para colocar na parede nem é mais um simples reconhecimento para compor discursos de exaltação. Vai além. É um pacto entre o Brasil (governo e sociedade) e o mundo para aumentar as bases de expansão das nossas raízes. Um passaporte a mais para abrir fronteiras e dar o tom brasileiro, detentor absoluto das raízes dessa prática, no cenário internacional. O título é um ato de fortalecimento que não interfere na autoria da Capoeira nem na autoridade dos Mestres. A Capoeira continua fiel a sabedoria dos que a criaram sem perder direitos nem sofrer intervenção em seu conceito. O que se abre é a possibilidade de criação de mais estrutura e força política. Obriga governos e instituições a um zelo mais profundo no incentivo e manutenção das políticas públicas com investimentos continuados e programas definidos a partir do diálogo.</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
O mundo da Capoeira sabe o valor histórico da luta e o quanto se avançou até aqui. Sabe o tamanho do desafio para prosseguir e o tanto que se exige para uma paixão sair da semente até virar tronco forte na vida. O título da Unesco será mais uma conquista nesse caminho. A Capoeira precisa do comprometimento de muitas parcerias e pontes para ter a chance de se mostrar autêntica e única. Sem perder o tom da raiz brasileira nem entregar suas raízes para oportunistas. Ninguém “vira patrimônio da humanidade”, do nada. É um processo longo em que o mundo reconhece a realidade que já existe e vai ajudar na estratégia de continuidade mais forte dessa prática, saber, paisagem, pensamento ou celebração.</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
A Unesco é mais uma aliada nessa luta. Esta organização internacional foi criada para oferecer condições de diálogo entre culturas, nações e povos com respeito aos direitos humanos, às diferenças culturais comprometidas em trabalhos pela paz e diminuição das desigualdades econômicas entre as nações. Por isso a Unesco desenvolve políticas e projetos em vários países, através de acordos de cooperação técnica e convênios com governos e sociedade na salvaguarda do patrimônio cultural e natural de todo o mundo. </div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
Nas políticas culturais da Unesco e do Brasil a categoria “patrimônio cultural” se subdivide em “patrimônio cultural material” e “patrimônio cultural imaterial” – ou intangível. Na legislação federal brasileira o “patrimônio cultural imaterial” envolve as expressões culturais de importância e referência enquanto saberes, formas de expressão, celebrações e lugares significativos da diversidade e riqueza cultural do país. Nos termos da Unesco, o “patrimônio cultural intangível” envolve as “tradições orais”, “culturas e artes populares”, “línguas indígenas”e “ manifestações tradicionais” legados de saberes que expressam a riqueza da criatividade e experiência humana em vários tempos e lugares.</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
Em 2003, a partir da aprovação da Convenção Para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, a Unesco criou a Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a Lista dos Bens Culturais em Necessidade de Salvaguarda Urgente e a Lista de Programas, Projetos e Atividades de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Em 2008 as Expressões Orais e Gráficas dos Povos Wajãpi, no Amapá, e o Samba de Roda do Recôncavo Baiano foram inscritos na Lista Representativa do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade.</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlstuT7e2WlsVmDh1ShsKA6aP-vJICq7RNrmO3roPO5xVKoDIkl_9YJ9YR4czWXScDGaU0k6sfV0wyyYpJt-HTEmsDKdJxmuYUYcx1XJPFP7BXzFBMWJNpb6aadQWkvAihhPUITRhQdVw/s1600/!!capo+capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlstuT7e2WlsVmDh1ShsKA6aP-vJICq7RNrmO3roPO5xVKoDIkl_9YJ9YR4czWXScDGaU0k6sfV0wyyYpJt-HTEmsDKdJxmuYUYcx1XJPFP7BXzFBMWJNpb6aadQWkvAihhPUITRhQdVw/s320/!!capo+capa.jpg" uda="true" width="270" /></a></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
A Lista os Bens Culturais em Necessidade de Salvaguarda Urgente destina-se aos bens cuja sua viabilidade corre perigo apesar dos esforços dos grupos ou comunidades que os praticam. Com a inscrição nesta Lista, o Estado envolvido deve implantar planos de salvaguarda específicos que poderão beneficiar-se de assistência financeira procedente do Fundo do Patrimônio Cultural Imaterial, criado com esse objetivo. </div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
São positivos os resultados desses processos para os grupos que constituem a base social das expressões culturais reconhecidas. Crescem além da visibilidade, criam maior respeitabilidade no trato com o Estado, ampliam possibilidades de fomento a projetos e ações para disponibilizar e adequar espaços físicos para centros de referência, aquisição de acervos, equipamentos e matérias primas, oficinas de transmissão de saberes, treinamentos em pesquisa e gestão de políticas de salvaguarda, ações educativas e edições diversas, até encontros, seminários e outras ações. </div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYjo8C2MHDHaAFxFByhwEgUNc611wr9GGEG2XjmFuYGRc0greP-frwng5vkLdRiA8c1DENHIrVgMYTZh5uzJmJJO7LbtiSLi8iLUUWhD7XajFEqHrKoJH-yyif2yuJUsgojwf17xKDLOs/s1600/!capo1aaa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYjo8C2MHDHaAFxFByhwEgUNc611wr9GGEG2XjmFuYGRc0greP-frwng5vkLdRiA8c1DENHIrVgMYTZh5uzJmJJO7LbtiSLi8iLUUWhD7XajFEqHrKoJH-yyif2yuJUsgojwf17xKDLOs/s320/!capo1aaa.jpg" uda="true" width="320" /></a></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
Estas ações têm sido estruturadas e desenvolvidas no conjunto dos “planos de salvaguarda” destes bens culturais, os quais são elaborados e implementados a partir de “Conselhos Gestores” compostos por representantes dos grupos sociais detentores da expressão cultural e de instituições parceiras, de modo inclusivo e participativo. </div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggHgtcWEb9UTsOyUHcJAcgz_0MbyF9uIXeNonc7WL12pH_MteBdsDLJ6xwZTfwhUrSVTvBq9dBs49z9K119fOomhcwCqaWiNdzUgnd4NYR3Mc4iZ9Nn3rEw8uhVgN6r4WewD9QTJiJd5w/s1600/%2521capo+na+roda3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="118" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggHgtcWEb9UTsOyUHcJAcgz_0MbyF9uIXeNonc7WL12pH_MteBdsDLJ6xwZTfwhUrSVTvBq9dBs49z9K119fOomhcwCqaWiNdzUgnd4NYR3Mc4iZ9Nn3rEw8uhVgN6r4WewD9QTJiJd5w/s320/%2521capo+na+roda3.jpg" uda="true" width="320" /></a></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
A capoeira já tem régua e compasso para traçar seu caminho no mundo. Já tem seu reconhecimento consagrado em inúmeros países e cresce na dedicação daqueles praticantes sempre fiéis a sabedoria dos seus Mestres. Mas há sempre o que se firmar mais. Esta construção coletiva se faz mais complexa atualmente. A exigência de organização da base social precisa contar mais e mais com ferramentas, estratégias e políticas para estabelecer os termos da difusão da prática sem perda da essência que é a própria seiva que legitima tudo. O nosso mundo da Capoeira não perde seu chão quando fica mais forte esse jogar da Capoeira no mundo.</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
O título fortalece o argumento dos que desejam avançar a Capoeira no mundo, pois o mundo se abre melhor para receber, entender, pesquisar, jogar e trocar com mais esta riqueza da diversidade cultural brasileira. Não se perdem direitos de uso nem se concede práticas sem direitos: é um título que legitima quem faz, dentro e fora do país, e funciona para melhor abrir as fronteiras. Um mundo que reconhece o valor da nossa casa é um mundo que nos convida a entrar pela porta da frente.</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
A lista a ser enviada a Unesco é de responsabilidade do Iphan e tem como base um dossiê de candidatura redigido a partir de pesquisas já realizadas e a indicação de ações para salvaguarda e incentivo da Capoeira. O Grupo de Trabalho Pró-Capoeira coloca na roda do encaminhamento deste dossiê encaminhado à Unesco. Todas as demandas e propostas levantadas nos Encontros Pró-Capoeira foram consideradas na elaboração do dossiê. Após a finalização da candidatura uma comissão intergovernamental decidirá sobre a pertinência da inscrição. </div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
É com essa intenção que o Iphan encaminha aos capoeiras do Brasil esta Lista de Adesão sobre as candidaturas da Roda de Capoeira e do Ofício de Mestre de Capoeira respectivamente, às Listas Representativa e dos Bens Culturais em Necessidade de Salvaguarda Urgente da Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
Disponível em:<<a href="http://www.peticaopublica.com.br/?pi=IPHAN">http://www.peticaopublica.com.br/?pi=IPHAN</a>>.</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<a href="http://www.peticaopublica.com.br/?pi=IPHAN"><br /></a></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-10990244176351705062012-02-02T13:34:00.005-08:002012-02-24T04:16:19.733-08:00Breves Considerações em Torno da Pesquisa sobre a História da Capoeira<br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Luiz Renato Vieira</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Como uma prática que envolve de diversas formas o indivíduo que a pratica, é natural que a capoeira estimule a interface de múltiplas áreas do conhecimento humano. E isso vem efetivamente ocorrendo, com maior intensidade nas últimas décadas. Se, desde o início do século XIX até meados do século XX a capoeira foi objeto quase que exclusivo da pena de jornalistas e folcloristas, que oscilavam entre a descrição de seu caráter exótico e a abordagem dos perigos que - à época, estando associada à figura social do malandro - representava para a sociedade, verifica-se, desde o princípio dos anos 1980, uma enorme profusão de pesquisas acadêmicas sobre a capoeira. Esse esforço de investigação tem resultado freqüentemente em monografias, dissertações de mestrado e teses de doutorado de excelente nível, despertando cada vez mais nosso interesse por uma arte que por sua plasticidade e musicalidade já nos conquista desde o primeiro contato.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Verdana,sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZejoyQtokJw8Y-Pwtctikx1g3p6OdvB5CrdY_Fi871plW158QvOx-lypg4R85UpTgOg56zkAlyJR43aidFbYo2wcGwKLHPcxNgZgYecX-4VWJi1YajD_J7agYSy5a99vxOAtyrnf7RsA/s1600/Salto_Megia.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZejoyQtokJw8Y-Pwtctikx1g3p6OdvB5CrdY_Fi871plW158QvOx-lypg4R85UpTgOg56zkAlyJR43aidFbYo2wcGwKLHPcxNgZgYecX-4VWJi1YajD_J7agYSy5a99vxOAtyrnf7RsA/s400/Salto_Megia.JPG" width="400" yda="true" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Apresentação do Grupo Beribazu na Embaixada da Colômbia - 2011</span><br />
<span style="font-size: small;">(na roda: Prof. Chico e Prof. Mejia)</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Na realidade, em 1968 o estudo já clássico de Waldeloir Rego, intitulado <i>Capoeira Angola: um ensaio sócio-etnográfico</i>, lançou as bases metodológicas de boa parte das análises que se seguiram, principalmente no campo das ciências humanas: sistematizou a discussão sobre as origens africanas ou brasileiras da capoeira, identificou as principais tradições e rituais, os principais portadores de sua memória oral e as principais transformações ocorridas na capoeira enquanto manifestação da cultura popular. É evidente que muitos de seus questionamentos foram revistos, e os temas reexaminados à luz de outros enfoques teóricos e conceituais, mas sua relevância é marcante no curso das pesquisas sobre a matéria. Diversos trabalhos - este, naturalmente, não é o lugar adequado para relacioná-los ou examiná-los um a um - foram se produzindo até que se constituísse um verdadeiro debate, com referências mútuas e aperfeiçoamento das proposições . Nos últimos anos, nos catálogos de teses universitárias em ciências humanas, principalmente nos campos da antropologia, sociologia, história e psicologia social, está cada vez mais presente a preocupação não só em se rever as bases históricas em que se construiu a nossa capoeira, mas também em perceber seu potencial na melhor compreensão do complexo drama social e político brasileiro.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirT_DJ0g__sZhmn1tQ-AWluVMyWh6MQW8av1Rcl25I-3R4VihkXACZQD-BJMozWfAw8MpyfXg_9W7_7v9S7S1DMHD32tajpKaKnU00Zhv-jG6naEKSLcihSk1Z9QMKVZISfqVkMHlgLRU/s1600/W+Rego.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirT_DJ0g__sZhmn1tQ-AWluVMyWh6MQW8av1Rcl25I-3R4VihkXACZQD-BJMozWfAw8MpyfXg_9W7_7v9S7S1DMHD32tajpKaKnU00Zhv-jG6naEKSLcihSk1Z9QMKVZISfqVkMHlgLRU/s320/W+Rego.bmp" width="209" yda="true" /></a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Não seria exagero afirmar que através da capoeira, de suas múltiplas linguagens (rituais, corpóreo-gestuais, musicais e simbólicas), pode-se “ler” a sociedade brasileira, suas características, suas brutais desigualdades e o esforço constante das camadas sociais oprimidas em fazer valer suas legítimas reivindicações de participação na definição dos destinos do país. Essa leitura vem efetivamente sendo feita com sofisticação cada vez maior, desenvolvendo formas elaboradas de análise e lançando mão de elementos teóricos que têm permitido ver com melhor clareza na capoeira o que antes apenas intuíamos.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A primeira tese acadêmica defendida no Brasil e que se tem notícia sobre a capoeira em perspectiva histórico-sociológica foi defendida no Departamento de sociologia da Universidade de Brasília, em 1984, por Julio Cesar de Souza Tavares. Intitula-se <i>A dança da guerra: arquivo-arma</i> e é considerada de fundamental importância por inaugurar um debate e por inserir a questão da análise da capoeira na perspectiva crítica das relações raciais no Brasil. De fato, esse tipo de leitura já não era novidade naquele momento, mas a tese de Julio Tavares, além de apresentar interessantíssimos elementos de análise e de ter muito boa fundamentação teórica, estabelece um marco inicial na discussão acadêmica sobre a capoeira apontando para um caminho que precisaria incorporar – o que de fato veio a acontecer – o componente do poder e das estratégias de resistência construídas pelo povo brasileiro.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em 1990, na mesma instituição, Luiz Renato Vieira defende tese sobre o desenvolvimento da capoeira durante a Era Vargas, buscando compreender as influências do cenário sócio-político do momento em aspectos rituais, éticos e metodológicos do universo da capoeira, que na época foi profundamente modificado com o surgimento da chamada Capoeira Regional. Este trabalho tem sido bastante discutido por autores que abraçaram o tema posteriormente e abriram novas perspectivas de análise .</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em 1993, Letícia Reis apresenta sua dissertação de mestrado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP: <i>Negros e brancos no jogo da capoeira: a reinvenção da tradição</i> discutindo com os trabalhos anteriores e inovando em muitos pontos, principalmente, em nosso entender, ao concentrar-se na hipótese de que a capoeira Regional (inovação implementada por Mestre Bimba a partir do final dos anos 20 deste século) e a capoeira Angola, versão defendida pelos tradicionalistas e mais comprometida com a ritualística ancestral, consistem em estratégias diferenciadas de inserção do segmento negro no contexto das relações raciais estabelecidas no Brasil.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3D5e67lY4733JR0e5IplQZrXDSopXYC0QhMaxS8RUCCx3aSVjtAkPzVWv083mS5GE5VVCAnmxa9mP7O4dwhO_FsjswavpGGnCCZBXjc8hORVBdSRUYOZaWnkrLcaJgDXkbCbACAxI3vg/s1600/o-mundo-de-pernas-pro-ar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3D5e67lY4733JR0e5IplQZrXDSopXYC0QhMaxS8RUCCx3aSVjtAkPzVWv083mS5GE5VVCAnmxa9mP7O4dwhO_FsjswavpGGnCCZBXjc8hORVBdSRUYOZaWnkrLcaJgDXkbCbACAxI3vg/s320/o-mundo-de-pernas-pro-ar.jpg" width="222" yda="true" /></a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ainda em 1993 é defendida, no Departamento de História da Unicamp, a tese <i>A negregada instituição: capoeiras no Rio de Janeiro (1850-1890)</i>, aprofundando sobremaneira o estudo sobre a capoeira no Rio de Janeiro no século XIX. Em virtude deste e de outros trabalhos pode-se afirmar seguramente que este é o momento mais bem conhecido da história da capoeira.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Outro trabalho de grande importância na construção do debate sobre a capoeira nas ciências humanas foi a tese de Antônio Liberac Pires, defendida em 1996 no Departamento de História da Unicamp. Intitula-se <i>Capoeira no jogo das cores: criminalidade, cultura e racismo na cidade do Rio de Janeiro (1890-1937)</i> e aprofunda um filão atualmente é bastante trabalhado, isto é, o da investigação histórica sobre a capoeiragem no Rio de Janeiro no final do século passado e início do atual.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Carlos Eugênio Líbano Soares, dando continuidade à sua investigação histórica, conclui o doutoramento em história na Unicamp em 1998 com a apresentação da tese <i>A capoeira escrava no Rio de Janeiro (1808-1850),</i></span> trabalhando com documentos – inclusive muitos registros policiais - que lançam luz sobre um período (início do século XIX) sobre o qual pouco se conhecia no que se refere à história da capoeira.</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Verdana,sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5dIxdoQYcF_oZXlIl-a7KyissRhT48wPFERfH5Qqa8G7uTjOt632NMJJo6CVZmyaKVDijDYiKKUK6qo6KjCmWVWGv2y3SkPnvAbGj2uYj5USQk4FDttzoS0dEI-MEWoHy6cHO7HG_GsU/s1600/Carlos+Eug%C3%AAnio++Luiz+Renato.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5dIxdoQYcF_oZXlIl-a7KyissRhT48wPFERfH5Qqa8G7uTjOt632NMJJo6CVZmyaKVDijDYiKKUK6qo6KjCmWVWGv2y3SkPnvAbGj2uYj5USQk4FDttzoS0dEI-MEWoHy6cHO7HG_GsU/s320/Carlos+Eug%C3%AAnio++Luiz+Renato.jpg" width="320" yda="true" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Carlos Eugênio Soares e Luiz Renato em evento na UFPR (2010)</span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Alguns desses trabalhos foram publicados na forma de livros, mas os novos pesquisadores encontram ainda muitas dificuldades para ter acesso a eles. Na realidade, talvez a indústria editorial não tenha percebido a importância da questão e a qualidade da discussão acadêmica que em torno dela se faz. Além disso, é fundamental que esses e outros trabalhos estejam ao alcance do grande público praticante e interessado na capoeira. É verdade que advento da Internet, com a facilidade da circulação de arquivos digitais, mudou consideravelmente essa realidade.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Atualmente há, por parte daqueles envolvidos com a capoeira, um forte interesse em questões históricas e referentes a aspectos sociais o que pode demonstrar o empenho em desenvolver uma prática consciente e, cada vez mais, voltada para o fortalecimento da cidadania. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Um texto brevíssimo como este não poderia ter outra proposta senão despertar o interesse sobre a história da capoeira e informar ao leitor que o tema vem sendo cada vez mais investigado e que sobre ele já se constitui um debate de grande profundidade. Deixamos de listar aqui contribuições importantíssimas como a dos folcloristas, cronistas – entre os quais temos o grande Machado de Assis - que nos legaram interessantíssimos relatos sobre a antiga capoeira, geralmente vista, no século passado, como “chaga social”. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Também não pudemos examinar as valiosas contribuições daqueles que, foram os primeiros a propor a sistematização da capoeira como “luta nacional”, como Annibal Burlamaqui e Inezil Penna Marinho. Igualmente não pudemos nos deter nos interessantes escritos de Mestre Pastinha e em depoimentos publicados, como os do Mestre Noronha. Há também, provocantes análises sobre esses capoeiras como as que fez Mestre Decânio que não pudemos aqui expor. Artigos resultantes de pesquisas como os produzidos por Marcos Bretas e Thomas Holloway também não foram contemplados. Finalmente, em um estudo mais aprofundado, teria que se registrar a colaboração que vem sendo prestada por pesquisadores como Mestre Itapoan, em seus estudos sobre Mestre Bimba, Jair Moura e o notável Frederico Abreu, o baiano organizador do maior acervo existente sobre a capoeira. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Registre-se, por fim, que o livro de Matthias Assunção (<i>Capoeira: the History of an Afro-Brazilian Martial Art</i>), abordado em outra postagem neste blog, é hoje referência obrigatória nos estudos sobre história da capoeira, pela qualidade das informações que traz e pela amplitude do universo bibliográfico percorrido.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhigiX5n2PCeKZVkGkBevJm1IRRTpz3lPu5fp7NVOPxhkmbFktGm7bsbF8-ubkY3SvYBwoHSjvCHowYzEborREtsftVQmAFQGW9j_9fXqOksGKPtkhBia8flVkHxsvJZ0YVrJOvC57OOEg/s1600/capoeira-the-history.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhigiX5n2PCeKZVkGkBevJm1IRRTpz3lPu5fp7NVOPxhkmbFktGm7bsbF8-ubkY3SvYBwoHSjvCHowYzEborREtsftVQmAFQGW9j_9fXqOksGKPtkhBia8flVkHxsvJZ0YVrJOvC57OOEg/s320/capoeira-the-history.jpg" width="225" yda="true" /></a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ao despertar, portanto, o leitor para a complexidade do tema e de nossas limitações frente a sua importância e grandeza, acreditamos cumprir o papel de gerar uma saudável provocação e inquietude.</span></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-4575210622867818782011-08-04T11:43:00.000-07:002012-02-24T04:17:16.394-08:00O que é necessário para ser Mestre de Capoeira?<br />
<br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><i>Por solicitação de uma revista especializada em capoeira, preparei esse breve comentário sobre os atributos que entendo como necessários para ser mestre de capoeira nos tempos de hoje. Aproveito para compartilhar com alunos e amigos esse importante tema, nesses tempos em que a capoeira se mundializou e, nessa volta ao mundo, acumulou perdas e ganhos. O texto abaixo não tem outra pretensão senão a de estimular a reflexão e uma postura crítica sobre o tema.</i></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: small;">Mestre Luiz Renato</span></i></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O que é necessário para ser mestre de capoeira? Essa é uma pergunta díifícil de responder. Afinal, a capoeira é uma arte plural, multifacetada, que se expressa por diversos meios e sentidos. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPiLsueSwt62RNkyKfgvu0I09pKf8n6_UQB0RZ6vBwxHRIRckpOnEpgaiNun3fJOR_D7-h3E4GKOFe9SQby8zpcFdb5NdZurCkZc1hgohWNctWzR7fUAhWudWvhkjOo6A4MbRi3_XTzZA/s1600/Foto+verger.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPiLsueSwt62RNkyKfgvu0I09pKf8n6_UQB0RZ6vBwxHRIRckpOnEpgaiNun3fJOR_D7-h3E4GKOFe9SQby8zpcFdb5NdZurCkZc1hgohWNctWzR7fUAhWudWvhkjOo6A4MbRi3_XTzZA/s400/Foto+verger.jpg" t$="true" width="375" /></a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Assim, para ser um mestre de capoeira são exigidos conhecimentos e habilidades em diversas áreas da atuação e do conhecimento humano, como o jogo-luta da capoeiragem, a música, algum conhecimento histórico, saberes sobre as tradições e muito mais. A resposta envolve muitos temas, e precisa de alguma reflexão.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCTKRqbTyTYS-xDy-dKZYJG1NabSn8jY2mk_uD0e6Gpa6KQ-HK6AnA_n2SmnydBKSdMjQWX1zV7GLJHiMZF_GDeNy4R7WQ6lQHqQHMCeLR9nJZoZr8_sh407D75CNojbL9t1k4wMzbWfo/s1600/Cap+antiga1.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCTKRqbTyTYS-xDy-dKZYJG1NabSn8jY2mk_uD0e6Gpa6KQ-HK6AnA_n2SmnydBKSdMjQWX1zV7GLJHiMZF_GDeNy4R7WQ6lQHqQHMCeLR9nJZoZr8_sh407D75CNojbL9t1k4wMzbWfo/s400/Cap+antiga1.bmp" t$="true" width="400" /></a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Entretanto, não há dúvida de que há um fio condutor. E, com a nossa vivência na capoeira, podemos perceber que, assim como a capoeira é rica em múltiplas expressões, nem todos dominam todas essas formas de igual maneira. Mas há, sim, algo que nos permite identificar um Mestre: a experiência, a segurança ao orientar um aluno, e a consistência de suas afirmações e atitudes. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ninguém está mais longe de ser um mestre do que aquele que cultiva a arrogância. Por algum tempo, nós mestres na faixa dos cinquenta anos de idade (nós que iniciamos a prática da capoeira na década de setenta do século passado), chegamos a associar a condição de mestre ao conhecimento formal, e até mesmo acadêmico. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPrSn67AeJ74clTUvOjhf4dNqEsWQILynCjTsyxwChki-ZWc1bho1yVZrY561OX0Qpylh8TLt54gGXVDBEiLio75C5w61ULLlMCk9jYiRbjUxW7SoX5VafyTu2PwBYuvFznP9FpCXMRgA/s1600/Cap+antiga+2.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPrSn67AeJ74clTUvOjhf4dNqEsWQILynCjTsyxwChki-ZWc1bho1yVZrY561OX0Qpylh8TLt54gGXVDBEiLio75C5w61ULLlMCk9jYiRbjUxW7SoX5VafyTu2PwBYuvFznP9FpCXMRgA/s400/Cap+antiga+2.bmp" t$="true" width="215" /></a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Então, para ser mestre, pensávamos que era necessário conhecer as técnicas de ensino da luta, os fundamentos das várias ciências envolvidas no estudo da capoeiragem. Engano monumental esse, de associar a mestria apenas ao formato do conhecimento que é usualmente mais reconhecido pelas instituições. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Os anos vão passando, e vamos, cada vez mais, reconhecendo a importância dos saberes tradicionais, e da atitude de humildade e respeito que devemos preservar diante dos inúmeros desafios que a vida nos impõe. O mundo da capoeira, e a própria roda, está repleto dessas situações, onde o que se destaca é a atitude firme e segura, e não o mero desfiar de um conhecimento que, naquele momento, pode ser apenas a expressão da vaidade humana, ou de algum sentimento ainda menor. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiofNIX5EJmX7g9qoaOKEL7dd5dpTbk5ZbEupd22kvICiqyWExqBJw_yIv9So9TEMSZMNrukSwRdElEHHLrvKLq6cNGSDnTxDzdB__160fI8S3poKrRmBA23JR0Quiic9B4KcfRCZJLlcg/s1600/Cap+antiga+3.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiofNIX5EJmX7g9qoaOKEL7dd5dpTbk5ZbEupd22kvICiqyWExqBJw_yIv9So9TEMSZMNrukSwRdElEHHLrvKLq6cNGSDnTxDzdB__160fI8S3poKrRmBA23JR0Quiic9B4KcfRCZJLlcg/s320/Cap+antiga+3.bmp" t$="true" width="191" /></a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Um verdadeiro mestre de capoeira se faz na vivência real, ao longo dos anos, nas ricas e inúmeras situações em que a nossa capoeira nos coloca na vida cotidiana. Seja na rua, nos espaços institucionais de ensino ou nas academias. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Essa experiência e o enfrentamento das adversidades -- e não aquele contato fortuito, eventual, com a cultura da capoeiragem, mediatizado pela hierarquia e por símbolos como cordas ou títulos -- vai gerando acúmulo e produzindo respeito e admiração. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Aquele que detém esse respeito, se o recebe com humildade, pode se dizer digno da condição de Mestre de Capoeira.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">fotos: Pierre Verger</span></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-8904357355631271292011-08-03T12:04:00.000-07:002012-02-24T04:17:41.107-08:00II Encontro Internacional de Docentes Beribazu - 2011<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Impressões de dois alunos que tiveram a oportunidade de participar</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Camila D’Avila e Manoj Geeverghese</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Este evento, ocorrido em Vitória, foi a segunda edição do encontro idealizado com o intuito de integrar os docentes do grupo espalhados pelo mundo e que poucas oportunidades tem para se encontrar e trocar experiências. O encontro contou com a presença de mais de 80 docentes do grupo entre mestres, contramestres, instrutores, monitores e estagiários.</span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR7bBvsu2aKAv3rrD4WmtX1Ddvb_cFB9fknVzUcJB_X9JhtZF8lfnBeX7CWpK0AFn-qscwIK805j96HDEI1MLhGI8m8MQfdkn-_nsjMStmSAhc_vQjDSDmjhQeuWNu1oTFzIM7nu9rhG4/s1600/Evento+Vit%25C3%25B3ria+Galera.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR7bBvsu2aKAv3rrD4WmtX1Ddvb_cFB9fknVzUcJB_X9JhtZF8lfnBeX7CWpK0AFn-qscwIK805j96HDEI1MLhGI8m8MQfdkn-_nsjMStmSAhc_vQjDSDmjhQeuWNu1oTFzIM7nu9rhG4/s400/Evento+Vit%25C3%25B3ria+Galera.JPG" t$="true" width="400" /></a></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A importância do encontro internacional é justamente a oportunidade de reunir o grupo e poder ajustar e melhorar aqueles pontos “capengas”, aquelas questões que não estão muito esclarecidas. Sabe aquelas reuniões de família quando acontece alguma coisa, seja boa ou ruim, e senta todo mundo para discutir e resolver os problemas ou comemorar? É exatamente isso que esse encontro proporciona, na verdade é o que ele é: uma megarreunião de família. Além disso, cada encontro feito tem um tema específico, porque não dá para resolver 40 anos em 4 dias, afinal isso não foi a construção de Brasília. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Nesse II Encontro Internacional Beribazu em Vitória-ES, o principal ponto foi a i-den-ti-da-de. Qual a identidade do grupo? Como fortalecê-la? O que se perdeu? Como não perdê-la? </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">De acordo com a Wikipédia identidade é “o conjunto de caracteres próprios e exclusivos com os quais se podem diferenciar pessoas, animais, plantas e objetos inanimados uns dos outros, quer diante do conjunto das diversidades, quer ante seus semelhantes”.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Nas palavras de Mestre Falcão o capoeira Beribazu é o “cara de pau” aquele que joga em qualquer roda, que joga angola e também regional, que se enturma em qualquer espaço, que não se intimida. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcbzzfB0k3ogL9Q-zkUqQIoEA6nL_0sk1SAP5q9Bo0_OoAkVLpEF86eKlJoDEYbeZ7Z8EVVUEgat8dDsFGK3URiwh907b70SfjObzoXsDbQkT7P19cDmanPa8PFOWrMdEzWF3yFerpUCA/s1600/Evento+Vit%25C3%25B3ria+roda.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcbzzfB0k3ogL9Q-zkUqQIoEA6nL_0sk1SAP5q9Bo0_OoAkVLpEF86eKlJoDEYbeZ7Z8EVVUEgat8dDsFGK3URiwh907b70SfjObzoXsDbQkT7P19cDmanPa8PFOWrMdEzWF3yFerpUCA/s400/Evento+Vit%25C3%25B3ria+roda.JPG" t$="true" width="400" /></a></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ao longo do encontro muitos outros falaram de suas experiências de ser Beribazu. Mestre Luiz Renato fez um breve relato orgulhoso dos primórdios do grupo, do surgimento do conselho de mestres, conselho esse que não encontra similar no universo da capoeiragem, da mesma forma como sente orgulho de dizer que o grupo Beribazu cresce a cada dia com as próprias pernas sem aceitar filiação de nenhum capoeirista vido de outros grupos, ou se entra no grupo como aluno, ou não se entra de forma alguma.</span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgujxElSWvaO_Eh8K-kNH72mB5xyO8k8Hkrlf-8FH6AZtGcVHZvjx0TiGLYhqO2rqt13TQSyP_sZKEjTHOKwMSUXAA-TBSW4yJ_GDbEWmfkXan84A-xN-P4bSE3zLLeWfd2lJHwLw_2Rek/s1600/Evento+Vit%25C3%25B3ria+Palestra+LR.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgujxElSWvaO_Eh8K-kNH72mB5xyO8k8Hkrlf-8FH6AZtGcVHZvjx0TiGLYhqO2rqt13TQSyP_sZKEjTHOKwMSUXAA-TBSW4yJ_GDbEWmfkXan84A-xN-P4bSE3zLLeWfd2lJHwLw_2Rek/s320/Evento+Vit%25C3%25B3ria+Palestra+LR.JPG" t$="true" width="320" /></a></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Outros temas bastante discutidos foram os aspectos ritualísticos, documento que em breve chegará nas mãos de todos os capoeiristas do grupo e deverá ser bastante trabalhado em busca de uma unidade ritual. Seja na composição da roda, na bateria, no bater das palmas, nos toques do berimbau, na compra dos jogos, na cor da camisa para eventos, na utilização da logo do grupo, em tudo isso também há de se identificar o capoeira Beribazu. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Além desses pontos discutiu-se sobre a graduação que nada mais é do que uma consequência do esforço feito e não um objetivo; a necessidade dos alunos e dos docentes terem uma única referência e não uma multiplicidade de mestres e professores como seu referencial; a necessidade dos alunos e docentes terem unidade de pensamento, estarem em sintonia.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">No entanto, diante de tudo o que foi debatido, o principal foi: precisamos preservar a identidade do grupo. Mas o que ela é?</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Na nossa percepção de alunos, talvez limitada mas é o que podemos oferecer: a identidade do grupo é como uma família, com componentes muito diferentes um do outro, como toda família, mas que têm características em comum formando o que chamamos de grupo: o jeito de jogar, o jeito de conversar e se comportar, o respeito com aqueles que estão te passando o conhecimento, o respeito ao seu mestre, os mesmos princípios e valores.</span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVjz1JESyv4CRNo5qbyxO7_ghk5_kaOA3anm-AeBvLlGEqBHlhkFeABUv4fB75amUopelA6ISzZ66cMX6JxllIT3pl8iWtO1JsE26TWp4odNplTcGRHeJAt-BrEiB0ilAeEGKNiaduftA/s1600/Evento+Vit%25C3%25B3ria+Mestres.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVjz1JESyv4CRNo5qbyxO7_ghk5_kaOA3anm-AeBvLlGEqBHlhkFeABUv4fB75amUopelA6ISzZ66cMX6JxllIT3pl8iWtO1JsE26TWp4odNplTcGRHeJAt-BrEiB0ilAeEGKNiaduftA/s400/Evento+Vit%25C3%25B3ria+Mestres.JPG" t$="true" width="400" /></a></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Entre todos esses aspectos debatidos, discutidos, polemizados e todos os outros sinôminos que se possa encontrar, é importante ressaltar que todo corpo precisa de uma cabeça, no caso do grupo Beribazu essa cabeça é o conselho de mestres que deve ser respeitado e consultado sempre que necessário. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Os mestres presentes no encontro a cada momento frisaram que as ações do conselho são tomadas em prol de todo o grupo, e que há uma busca pela transparência das ações tomadas, inclusive com a criação do cadastro dos docentes do grupo para a facilitação de envio dos informes para todos os professores. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Para concluir esse relato deixamos nossos depoimentos:</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">“Poder conhecer pessoas que eu não conhecia, reencontrar outras, almoçar e jantar com o seu e vários outros mestres do grupo, conhecer a cidade, conversar com pessoas de vários núcleos, enfim... Foi maravilhoso. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Além da diversão, que tem que ter é claro, já que não dá para ser sério 24h, ocorreram várias polêmicas pelos assuntos discutidos, e eu acho importante um aluno ter a noção de que o grupo é muito mais do que você ir para o seu treino voltar pra casa e no final do ano, quem sabe, amarrar uma corda nova na cintura. Sem contar que a dimensão do grupo é gigantesca, só vendo pra saber.” (Camila D`Avila)</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Chegando no ginásio da UFES, onde estava marcado pra começar o encontro, confesso que tive um pouco de receio, por não saber o que eu encontraria ali, mas quando cheguei me deparei com uma cena bastante familiar. Apesar dos rostos serem diferentes dos que estou acostumado a ver, o clima era exatamente o mesmo que encontro em Brasília, camaradagem, amizade, saudade, parecia o início de um grande encontro de família, clima que foi se confirmando ao longo do encontro.” (Maninho)</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Após esse breve relato das nossas impressões sobre o encontro, resta apenas deixar aqui expresso o convite para que cada capoeirista Beribazu de Brasília abrace esse encontro que só tem coisas boas a acrescentar à nossa capoeira. Vamos junto com nossos mestres trabalhar para que o próximo encontro internacional, programado para acontecer em Brasília no ano de 2013 seja ainda melhor para todos nós membros da grande família Beribazu!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-26359786168754944612011-08-03T10:59:00.000-07:002012-02-24T04:19:32.335-08:00Ciríaco x A República<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<br />
<span style="font-size: small; line-height: 115%;">Breves considerações acerca da vida de um capoeira na virada do século XIX/XX</span><br />
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Marco Castilho Felício</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ciríaco Francisco da Silva, vulgo Macaco, talvez seja um nome conhecido entre os praticantes mais interessados na arte-luta. Natural de Campos (RJ), sujeito elegante – sempre acompanhado de sua bengala, ou “Santo Antônio 16”, como ele preferia chamá-la – entre grande parte dos cariocas de hoje, ele não passa de um anônimo (pesquisando no Google Maps, não é sequer nome de rua). Entretanto, nem sempre foi assim. Não que os dias tenham sido melhores. Aliás, pelo contrário. Mas por ironia do destino e por contradições peculiares de nossa história, quis o tempo que um negro pobre nascido em 1872, capoeira e morador dos cortiços do Rio de Janeiro tivesse seus dias de glória justamente num momento em que todas as suas qualidades, características e condições concretas de vida fossem, sob o ponto de vista do poder instituído, algo indesejável. Ciríaco era exatamente o que a nascente República queria extirpar da sociedade.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">No dia 15 de maio de 1909, a revista O Malho publicou uma reportagem sobre o acontecimento que transformou Ciríaco numa celebridade: a luta do capoeirista contra o japonês Sado Miako, expoente do jiu-jitsu que ministrava ensinamentos da luta para a Marinha do Brasil, ocorrida no Pavilhão Internacional Paschoal Segreto. Nas palavras do próprio Ciríaco, eis o desenrolar da contenda: ”Cheguei em frente com ele, dei as minha cuntinença e fiz a primeira ginga, carculei a artura do negrinho, a meiada das perna, risquei com a mão p’ra espantá tico-tico, o camarada tremeu, eu disse: então? Como é? Ou tu leva o 41 dobrado ou tu está ruim comigo, pruque eu imbolá, não imbolo. O japonês tremeu, risquei ele por baixo, dei o passo da limpeza gerá, o negrinho aturduou, mexeu, mas não caiu”. Durante a luta, Ciríaco percebeu as reações do público ao seu favor e continua no relato: “Eu me queimei e já sabe: tampei premero, distroci a esquerda, virei a pantana, óia o hóme levando com o rabo-de-arraia pela chocolateira. Deu o ar comprimido e foi cumê poeira. Aí eu fiz o manejo da cumprimentação e convidei o hóme p’ro relógio de repetição, mas o gringo se acontentou com a chamada e se deu por sastifeito”. O êxito na luta resultou em “dezoito mil réis” jogados pela platéia, entrevistas a jornais e demonstrações para estudantes do Rio de Janeiro. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVE9j1dYyVyMSC6dXjLAc4MqIon_OL8UgF_gq3sWaL4tMH7kX67y5TIfAcE8MCZI9DOj0ExUZCyMh_3BHMldEcRWx3d6pgCd14c57HK0A7Dh54JsUihcN7KJxjSqVx-Yq16mhp7zfjOYM/s1600/18.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVE9j1dYyVyMSC6dXjLAc4MqIon_OL8UgF_gq3sWaL4tMH7kX67y5TIfAcE8MCZI9DOj0ExUZCyMh_3BHMldEcRWx3d6pgCd14c57HK0A7Dh54JsUihcN7KJxjSqVx-Yq16mhp7zfjOYM/s320/18.jpg" t$="true" width="222" /></a></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Mas é necessário que o acontecimento seja analisado em seu contexto. Durante quase todo o século XIX, os debates parlamentares sobre o que fazer com a enorme massa de escravos, caso a escravidão acabasse, e em como fazer do Brasil um país racialmente branco, livre da presença negra, foram constantes no parlamento. O pensamento de Tavares Bastos, jurista e político atuante na segunda metade do século XIX, reflete bem isso. Defendia ele, sobre o estímulo à imigração européia, que: “O homem livre, o homem branco, além de ser muito mais intelligente que o negro, que o africano boçal, tem o incentivo do salário que percebe, do proveito que tira do serviço, da fortuna que enfim pode accumular a bem da sua família. Há entre esses dous extremos, pois, um abysmo que separa o homem do bruto [...] Cada africano que se introduz no Brazil, além de afugentar o emigrante europeu, era em vez de obreiro do futuro, o instrumento cego, o embaraço, o elemento de regresso das nossas indústrias”.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Na virada do século, discursos racistas que defendiam o branqueamento da população – o tal “racismo científico” – ainda encontravam forte repercussão entre as elites e o meio acadêmico. Oliveira Vianna, outro jurista e defensor da eugenia, referência nas primeiras décadas do século XX, acreditava que: “A miscigenação roubou o elemento negro de sua importância numérica, diluindo-o na população branca. Aqui o mulato, a começar da segunda geração, quer ser branco, e o homem branco (com rara exceção), acolhe-o, estima-o e aceita-o no seu meio. Como nos asseguram os etnólogos, e como pode ser confirmado à primeira vista, a mistura de raças é facilitada pela prevalência do ‘elemento superior’. Por isso mesmo, mas cedo ou mais tarde, ela vai eliminar a raça negra daqui”. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Na mesma onda, a cidade do Rio de Janeiro, desde os anos de 1880, sofria profundas transformações urbanísticas, orientadas por idéias higienistas, cujos principais propósitos eram a modificação/eliminação das áreas onde se encontravam as chamadas “casas de habitação” (casarões velhos que tinham seus quartos alugados para diferentes famílias) e principalmente os malfadados cortiços, maciçamente habitados por escravos e capoeiras. Não somente o espaço urbano, mas várias manifestações negras foram sistematicamente perseguidas pela ordem. Nesse momento, a capoeira, considerada pelo estudioso Luiz Sérgio Dias como “prática negra organizada”, é criminalizada e enquadrada no Código Penal de 1890. De maneira geral, a “turba” carioca está sob inconveniente assédio por parte do Estado – vide aí a Revolta da Vacina. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr59NQ4K7EL7i-8oaF3Yga52SbVp-9lNE4B3p9ZXDbRwmoN8Pt8P_WlXsprvCrxtyriZI8thG_mQ3FEhmHycnuVr0XVrzMs9OuPw8kn6CDgoRy9ZeciJzOKmNYFn3MnDEF1Iu9IoexbK4/s1600/corti%25C3%25A7o+no+rio.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr59NQ4K7EL7i-8oaF3Yga52SbVp-9lNE4B3p9ZXDbRwmoN8Pt8P_WlXsprvCrxtyriZI8thG_mQ3FEhmHycnuVr0XVrzMs9OuPw8kn6CDgoRy9ZeciJzOKmNYFn3MnDEF1Iu9IoexbK4/s320/corti%25C3%25A7o+no+rio.gif" t$="true" width="320" /></a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;">Cortiço no Rio de Janeiro da virada do século XIX-XX</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Voltemos ao nosso camarada Ciríaco. Havia, de um lado, uma estrutura político-ideológica francamente racista, e de outro, uma cidade que, se na época das maltas era a “cidade-esconderijo” dos capoeiras e escravos, oferecendo sempre vias de fuga e espaços de socialização (como os cortiços), no período da contenda do ilustre personagem, ela apresentava-se como “cidade-inimiga”. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Surge então um paradoxo: apesar da ordem vigente, perseguidora dos capoeiras, existe também uma grande receptividade (ainda que problematizável, inclusive do ponto de vista das relações raciais) popular, mostrada na própria luta de Ciríaco e Sado Miako. Os jornais apresentavam discursos exaltando a capoeira, sobre sua importância como a “luta brasileira”, revelando indícios sobre manifestações de nacionalidade, fortemente exploradas anos mais tarde no governo de Getúlio Vargas (também sobre isso, ler O Jogo da Capoeira: corpo e cultura popular no Brasil, de Luiz Renato Vieira). A própria manifestação de apreço por parte da platéia durante e após o embate, de certa forma, demonstra isso, assim como a notícia de falecimento de Ciríaco veiculada até em Porto Alegre, em 21 de maio de 1912 (vitimado pela uremia). A capoeira tornava-se então a benção e maldição do Brasil, e em particular, do Rio de Janeiro.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIaJdLNtUmSGolOPlsoHD5Vt2rCVv3gcyKddFiyM6rUOtWL4bnHQaLW5Dl9RIdHq7-HI5AbR3K6dT-aevp22Edowqs5ehhoir6fyPax22oAv3o3fergJNT4tYCkggbAbyPhg2fkc5X1V0/s1600/23.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIaJdLNtUmSGolOPlsoHD5Vt2rCVv3gcyKddFiyM6rUOtWL4bnHQaLW5Dl9RIdHq7-HI5AbR3K6dT-aevp22Edowqs5ehhoir6fyPax22oAv3o3fergJNT4tYCkggbAbyPhg2fkc5X1V0/s320/23.jpg" t$="true" width="320" /></a></span></div>
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Como nos lembra Jair Moura, Ciríaco e seu rabo-de-arraia certeiro colaboraram muito para a reafirmação da capoeiragem, desarticulada pela repressão no Rio de Janeiro desde as últimas décadas do século XIX. Se Mestre Bimba e Mestre Pastinha foram representantes que reivindicavam a importância da capoeira como grande manifestação cultural brasileira frente ao poder institucional e a setores da intelectualidade, Ciríaco é uma espécie de titã negro; é a cara de uma capoeira cujo único poder era seu enorme apelo popular. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Referências:</span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;">CHALHOUB, Sidney. <b>Visões da liberdade</b>: uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">MOURA, Jair. <b>A Capoeiragem no Rio de Janeiro através dos Séculos</b>. Salvador: JM Gráfica e Editora LTDA, 2009.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">SILVA, Eduardo. <b>Dom Obá II d’África, o príncipe do povo</b>: vida, tempo e pensamnto de um homem de cor. São Paulo : Cia. das Letras, 1997.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">THEODORO, Mário. (Org.). <b>As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição</b>. Brasília : Ipea, 2008.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VIEIRA, Luiz Renato. <b>O jogo da capoeira</b>: corpo e cultura popular no Brasil. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.</span></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-26955303744964962852011-07-27T12:46:00.000-07:002012-02-24T04:21:16.841-08:00Implantação do Grupo de Capoeira Beribazu na Inglaterra e na Polônia<br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Profº André Luiz Teixeira Reis (André Reis)</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O processo de internacionalização de um grupo de capoeira pode ser iniciado por diversas formas. A implantação do Grupo de Capoeira Beribazu na Inglaterra e, posteriormente, na Polônia partiu da iniciativa do, na época, monitor André Reis, supervisionado pelo Centro de Capoeira da UnB.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;">Esta ação teve como base a atuação do referido monitor como professor na Faculdade de Educação Física, da Universidade de Brasília. Metodologia da Capoeira e Prática Desportiva – Capoeira eram duas das disciplinas de atuação do referido professor. Dando continuidade a sua formação acadêmica, terminou mestrado e obteve carta de aceite para doutoramento na Universidade de Bristol, Inglaterra. Chegou a este país em julho de 1999. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Foi convidado a ministrar aulas de capoeira no Dance Society Union, um clube organizado pelos alunos da UoB para atividades de dança. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-gaEE5J9wGutKWIhXPpU_fHySIEluqpg9qmtC0Yp54rMvlBboqjOA9bQGAp5pK8wUhh6y7-Fwgid0xVdh5wqPQ99eJWHuUWvuGKQDyjKPCNSivh_rfKAMb455kGDfn8qDvrqYIT1C6nQ/s1600/Fopto+1+Londres.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-gaEE5J9wGutKWIhXPpU_fHySIEluqpg9qmtC0Yp54rMvlBboqjOA9bQGAp5pK8wUhh6y7-Fwgid0xVdh5wqPQ99eJWHuUWvuGKQDyjKPCNSivh_rfKAMb455kGDfn8qDvrqYIT1C6nQ/s320/Fopto+1+Londres.JPG" t$="true" width="212" /></a></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Os próprios alunos são sócios ou membros de todos os clubes estudantis organizados. André Reis ministrou aulas e participou de várias apresentações no referido clube. Com o sucesso que a capoeira obteve, fundou seu próprio clube: “University of Bristol Capoeira Club” – afiliado ao Grupo Beribazu de Capoeira, Centro de Capoeira da UnB. Assim, em novembro de 1999, é organizado o primeiro batizado de capoeira Beribazu na Inglaterra. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Na meeting Room, 5º andar, no University of Bristol Union, Queens Road, Clifton,11 alunos foram batizados. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Houve a participação de professores e mestres vindos de Londres, onde André Reis os conheceu, em 1998, quando passou três meses se aperfeiçoando na língua inglesa. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em junho de 2000, acontece o evento denominado 1st Afro-Brazilian Dance Festival. 18 alunos são batizados e 03 receberam corda azul-marrom. Nesta oportunidade, Mestre Luiz Renato e Mestrando Jorge são os representantes do Centro de Capoeira da UnB e do grupo Beribazu. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHIcWFFqd4RV5v39OnnAV0IfAmXvbETc7oAlwS3KXRWMt_0u0991TvHMeKoBjL6j1qrzt0IfjjBGJAGUDRmBF0k_oYyf7BkjIy9_tvBBNqVvIceR0e_qZFCiDzZVZQDexQcm0Wm_a7Eps/s1600/Foto+2+AfroBrazilian+Festival.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHIcWFFqd4RV5v39OnnAV0IfAmXvbETc7oAlwS3KXRWMt_0u0991TvHMeKoBjL6j1qrzt0IfjjBGJAGUDRmBF0k_oYyf7BkjIy9_tvBBNqVvIceR0e_qZFCiDzZVZQDexQcm0Wm_a7Eps/s400/Foto+2+AfroBrazilian+Festival.JPG" t$="true" width="283" /></a></span></div>
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;">Paralelamente ao processo de estabelecimento do grupo na Inglaterra, por pura obra da coincidência, através da internet, jovens poloneses iniciaram contato com André Reis. Dois amigos, Kuba e Kamil, interessados pela arte-luta da capoeira, moradores de Varsóvia, buscavam professores de capoeira para workshops. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">André Reis é convidado e, através do sucesso do 1º workshop, em março de 2000, é convidado para ministrar uma série de aulas em Varsóvia, com vistas à implantação do grupo Beribazu naquela capital. Naquele ano, houve encontros com atividades intensivas sobre os fundamentos da capoeira e do grupo Beribazu – Março, Abril, Maio e Junho de 2000. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em junho, o 1st Afro-Brazilian Dance Festival também acontece em Varsóvia. Vários alunos são batizados. Tendo em vista os estudos acadêmicos, sendo a capoeira o objeto de pesquisa de doutorado, André Reis fixa-se na Polônia por um ano e meio e organiza, em 2001, o 2º festival. 87 alunos são batizados, 23 recebem a corda azul-marrom e André Reis recebe a corda amarela. Mestre Luiz Renato e o então Mestre Jorge estiveram presentes. Mestre Jorge é convidado a permanecer, pois o monitor André Reis precisava retornar à Inglaterra para dar continuidade ao seu doutorado. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXxeVbEdwdRQfDDEJanxYp2Ps2PHrJKI18v3jdcybZCA7w7BsAqMyCqikC5YquLz30ngqitNoAV1ZZq7Q5v9lSAA1Qb9J459_al7Gi9JOKVdTp4HRmMbSUGMWZzOUA5f5i_5rqXdQa7lA/s1600/ATT12045175.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXxeVbEdwdRQfDDEJanxYp2Ps2PHrJKI18v3jdcybZCA7w7BsAqMyCqikC5YquLz30ngqitNoAV1ZZq7Q5v9lSAA1Qb9J459_al7Gi9JOKVdTp4HRmMbSUGMWZzOUA5f5i_5rqXdQa7lA/s320/ATT12045175.jpg" t$="true" width="320" /></a></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">De retorno à cidade de Bristol, Inglaterra, André Reis ainda realiza eventos em maio de 2002 e em março de 2003. A partir daí, o estagiário Cláudio Campos, também do Centro de Capoeira da UnB, é convidado para assumir a condução do grupo de Capoeira Beribazu na Inglaterra. Recebe oito meses de curso de inglês custeado pelo clube de capoeira, visto de 1 ano de permanência na Inglaterra, acomodação e salário, como condições previamente organizadas para um bom início de atividades fora do Brasil.</span></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-29150148724919278912011-07-07T12:13:00.000-07:002012-02-24T04:21:47.373-08:00Identidade Beribazu<br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Comunicação apresentada no II Encontro Docente Beribazu. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Vitória, junho de 2011.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Mestre Luiz Renato - Mestre Igor</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><i>É livre a reprodução dos textos do blog, desde que citada a fonte</i>.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O objetivo da exposição consiste em sensibilizar os capoeiristas Beribazu, sobretudo os docentes, acerca do que aqui denominamos Identidade Beribazu. Entendemos que, ao longo de quase quatro décadas de existência, o Grupo Beribazu constituiu uma maneira própria de compreender e vivenciar a capoeira.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Nas duas primeiras décadas de existência, sob a direção do Mestre Zulu, o Grupo formou um patrimônio consistente de idéias e de definições sobre temas centrais na capoeira (sistema de graduação, concepção pedagógica, bases da ética que preside a relação entre os membros). Entretanto, Mestre Zulu decidiu pela desvinculação, por razões pessoais, do Grupo em junho de 1994, publicando sua decisão no Diário Oficial. Em virtude desse fato, e tendo em vista uma base de valores e práticas já existentes entre os mestres do Grupo, a atual configuração do Grupo se formou. Estruturamos, então, um novo Estatuto e toda uma nova concepção institucional. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;">Entendemos que, quando lidamos com a história de uma instituição como a nossa, temos que ter como princípio fundamental a noção de justiça. Nesse sentido, é muito importante creditar aos mestres e professores, então muito jovens, reunidos naquele momento, a capacidade de lidar com uma situação adversa de forma serena, e com a consciência de que era necessário trabalhar com o grande risco de desagregação causado por uma mudança de rumos repentina. Não houve planejamento nem reflexão sobre o que o futuro nos resguardava - era preciso agir, preservar e demonstrar nossa unidade, sobretudo em razão dos acontecimentos recentes. Naquele momento, então, foi acatado por todos o modelo do Conselho de Mestres. Essa expressão nunca havia sido antes utilizada no Grupo, e não estava prevista nos documentos então existentes.</span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;">Os mestres do Grupo em atuação à época tinham todos aproximadamente a mesma idade e experiências semelhantes no universo da capoeira. Não havia uma liderança que se destacasse das demais, e nos vimos diante de uma situação para a qual não houve qualquer discussão e preparação. Era hora de mudar de modelo de organização, mesmo que isso se chocasse com determinadas tradições ou usos em vigor na capoeira. Dessa forma, decidiu-se pela constituição de uma gestão coletiva, inscrita como norma no Estatuto. O Grupo Beribazu não teria mais uma direção centralizada, como ocorreu desde sua fundação até o ano de 1994. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia_tuou0ruEMwbwHY7BcMlKZ1FMrpVcjXEZ8Z7nZJG6EI4LTRuwgQgTfzjTG5_Y2kMM1FAzVocqoczmNegtPgsel3eWG2TGJyMtEI1EGiu0j7tjDHwbB_Ib23Lc8lzpyAJHlhjDiyUHvE/s1600/160A.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="276" m$="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia_tuou0ruEMwbwHY7BcMlKZ1FMrpVcjXEZ8Z7nZJG6EI4LTRuwgQgTfzjTG5_Y2kMM1FAzVocqoczmNegtPgsel3eWG2TGJyMtEI1EGiu0j7tjDHwbB_Ib23Lc8lzpyAJHlhjDiyUHvE/s320/160A.JPG" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Evento Capoeira UnB</span><br />
<span style="font-size: small;">Coord. Mestre Luiz Renato - Mestre Igor</span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em uma reunião para a discussão do cenário em que nos encontrávamos, optamos pela formação do Conselho de Mestres (junho de 1994), um modelo de gestão participativa, em que se fortaleceu a contribuição dos docentes e, em especial, dos mestres e contramestres, permitindo uma nova inserção do Grupo Beribazu no cenário capoeirístico nacional e internacional. De lá para cá, o processo foi lento, mas aos poucos vemos crescer o protagonismo do capoeiristas Beribazu e, desde as primeiras graduações, o membro do Grupo procura se informar sobre como participar e contribuir com o fortalecimento da nossa entidade.</span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Verdana,sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOnS0YJIcZepJARk61HOoSS4_dj-6eKAXm4ZPIS38Ej4hl8g66eA-0A1VAaIOfav0IOoDeCu9qaV82V0zD47ObFHj9UqbygO7zlI1DC-AhyMkeKk2qyw88z0evo38pymhbyec4BYtYLkM/s1600/164A.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="223" m$="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOnS0YJIcZepJARk61HOoSS4_dj-6eKAXm4ZPIS38Ej4hl8g66eA-0A1VAaIOfav0IOoDeCu9qaV82V0zD47ObFHj9UqbygO7zlI1DC-AhyMkeKk2qyw88z0evo38pymhbyec4BYtYLkM/s320/164A.JPG" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Evento Capoeira UnB</span><br />
<span style="font-size: small;">Mestre Luiz Renato - Mestre Igor</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Em uma realidade cultural extremamente dinâmica, faz-se necessário que retornemos sempre à pergunta: “O que nos faz Beribazu?”. Acreditamos que refletir sobre esse tema é essencial para que tenhamos clareza sobre o que pretendemos para o nosso coletivo.</span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikRjnNLjnEmc73VobCN2xfhUfjwq9uGscl0NPsUOb9ieujOzoflqWe11HgbS437EuL8vsK5YbJUWSYtvnEiJ6u8vByEiEb3YxXKmb46QcFgVvhcQF2NBevwxT91sZQCUue-r-WQnFtZzA/s1600/II+Treino+CM.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="239" m$="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikRjnNLjnEmc73VobCN2xfhUfjwq9uGscl0NPsUOb9ieujOzoflqWe11HgbS437EuL8vsK5YbJUWSYtvnEiJ6u8vByEiEb3YxXKmb46QcFgVvhcQF2NBevwxT91sZQCUue-r-WQnFtZzA/s320/II+Treino+CM.JPG" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Treinamento Estagiários e Docentes</span><br />
<span style="font-size: small;">Brasília (2011)</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Nosso Grupo possui elementos que permitem uma posição de destaque no mundo da capoeiragem. Valorizamos a diversidade cultural e a pluralidade das expressões da capoeira, em todos os grupos e escolas e cultivamos uma postura de humildade e respeito nas rodas, desestimulando as condutas competitivas e que coloquem a performance do capoeirista acima de tudo. E, entre esses aspectos, podemos mencionar uma conduta ética por todos reconhecida; uma das maiores concentrações de produção intelectual em um grupo de capoeira; boa integração no contexto da capoeiragem, pois inexistem conflitos com outras escolas, grupos ou entidades. Dessa forma, cumpre, em nosso trabalho cotidiano, valorizar o Patrimônio Cultural Beribazu e as amizades que construímos nesse longo percurso.</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5blAr3n4ChPVHK3ClxbcQfLLS6A_BouDYSNID68XEHVgTpq3ZVzRDMKh20ELBqZGLKQdEcFy6U2zOLDMKfI2p5HCkNJOQClkPjxs6zw1TGpJzybzlpv_VMeX5Sc1dG7aaFBTprOZBdaw/s1600/165A.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="226" m$="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5blAr3n4ChPVHK3ClxbcQfLLS6A_BouDYSNID68XEHVgTpq3ZVzRDMKh20ELBqZGLKQdEcFy6U2zOLDMKfI2p5HCkNJOQClkPjxs6zw1TGpJzybzlpv_VMeX5Sc1dG7aaFBTprOZBdaw/s320/165A.JPG" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Mostra de Trabalhos Capoeira UnB</span><br />
<span style="font-size: small;">Coord. Mestre Luiz Renato - Mestre Igor</span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Uma das características importantes para a preservação da Identidade Beribazu consiste no fato de que o Grupo não filia docentes. Sabemos que essa é uma prática comum, e respeitamos essas escolhas, principalmente dos jovens capoeiristas que se organizam em associações com projetos inovadores, com uma visão aberta da cultura popular e da capoeiragem. Entretanto, embora não façamos críticas às escolas de capoeira que praticam as filiações, não adotamos essa orientação. Todos os docentes Beribazu foram alunos de capoeira no Grupo antes de iniciarem a ministrar aulas. Essa opção, que é norma inscrita no novo Estatuto do Grupo, é fundamental para a preservação de nossos valores e de nossas concepções relativas à capoeira.</span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig-LNYR3MfR0AmHjeRLs4luPBZWQaZW5Hkie7JnUrnY1YDF8EzsA00_2UUkJMgNPvAZFm2NZgqLbxXW7myWbZZG0z-hJfjAJCVC3RP_RInhWBYV81AEf9flgIK4owNQ-8YyDxU8n_HBTU/s1600/normal_IMG_9371%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" m$="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig-LNYR3MfR0AmHjeRLs4luPBZWQaZW5Hkie7JnUrnY1YDF8EzsA00_2UUkJMgNPvAZFm2NZgqLbxXW7myWbZZG0z-hJfjAJCVC3RP_RInhWBYV81AEf9flgIK4owNQ-8YyDxU8n_HBTU/s320/normal_IMG_9371%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Projeto Comunitário Capoeira Sudoeste (2007)</span><br />
<span style="font-size: small;">Professores Baroni, Tulio, Pamplona e Victor Chinês</span><br />
<span style="font-size: small;">Coord. Mestre Luiz Renato</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Entendemos que é fundamental fortalecer a participação no âmbito do Grupo. Incentivar o debate sobre temas centrais para a capoeira e para o Grupo desde as primeiras cordas. Compatibilizar as tradições da capoeira e o papel do mestre com as características dos novos tempos, em que todos têm amplo acesso às informações e condições de opinar e contribuir para o desenvolvimento do coletivo. Cabe a cada docente desenvolver, em cada aluno, o compromisso com o Grupo e uma inserção participativa no contexto da capoeiragem em geral.</span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Verdana,sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgpF6QKgwJfPHNg8W9gti5dn2_Udo-FI6GhfcKa42LwNcZz-Yms7JhaqIzdvDOYG6HCj6Hjbr32kWU5iceSk0dtDCPSj5x9Qr_EUJQieAWX6c79BLAlTcm7rrD22OozBBhgm6XGJxBNiM/s1600/165B.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" m$="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgpF6QKgwJfPHNg8W9gti5dn2_Udo-FI6GhfcKa42LwNcZz-Yms7JhaqIzdvDOYG6HCj6Hjbr32kWU5iceSk0dtDCPSj5x9Qr_EUJQieAWX6c79BLAlTcm7rrD22OozBBhgm6XGJxBNiM/s400/165B.JPG" width="400" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Roda Capoeira UnB - Renatinha, Profa. Karlinha, Mestre Bogado (RJ) e Contramestre Paulo</span><br />
<span style="font-size: small;">Coord. Mestre Luiz Renato - Mestre Igor</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<br />
<br /></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-59297867284988769182011-07-06T14:40:00.000-07:002012-02-24T04:23:27.043-08:00Política Cultural: o debate no Poder Legislativo<br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Luiz Renato Vieira</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><i>É livre a reprodução dos textos do blog, desde que citada a fonte.</i></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>1. O papel do Congresso Nacional na promoção das políticas culturais</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O Brasil vive um momento singular no campo das políticas culturais. No bojo das amplas transformações ocorridas a partir de meados da década de 2000 no âmbito das políticas sociais, as iniciativas governamentais relacionadas à cultura têm sido redimensionadas sob a perspectiva da valorização do protagonismo de segmentos sociais antes excluídos.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">As conferências de cultura – nacionais, distritais, estaduais, municipais e setoriais –, realizadas em diferentes épocas em todo o País, e o fortalecimento dos conselhos de cultura são exemplos desse processo e desse momento. O Estado busca criar meios para que a sociedade civil atue de maneira efetiva na definição de prioridades e na formulação, na implementação, no monitoramento e na avaliação de políticas públicas no setor da cultura.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Dessa forma, as políticas culturais ganharam novo desenho, elaborado a partir de uma concepção que prioriza a ampliação da oferta e a democratização do acesso ao bem cultural. Entrou em pauta uma nova percepção da cidadania cultural, em que novos grupos e novos temas incorporam-se à discussão.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Considerando-se a centralidade do Estado na formulação, gestão e financiamento das políticas culturais, o Poder Legislativo tem exercido sua missão constitucional atuando como arena de debate dos principais temas relacionados à área. Dessa forma, as proposições legislativas relacionadas à cultura têm ensejado intensas discussões no âmbito das duas Casas do Congresso Nacional, em que os diversos segmentos da sociedade são representados e manifestam-se livremente. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Muitas foram as audiências públicas realizadas nos últimos anos a respeito do tema. Nesse contexto, cumpre destacar a aprovação do Projeto de Lei que instituiu o Plano Nacional de Cultura e o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC). Sancionada pelo Presidente da República, a proposição legislativa converteu-se na Lei nº 12.343, de 2 de dezembro de 2010. Trata-se de importante avanço para a consolidação do tema da cultura nas políticas de Estado.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Entretanto, ainda há muitos desafios a enfrentar. A agenda legislativa para a cultura é extensa, e há temas urgentes em pauta. A definição de percentuais mínimos de despesas com a cultura, constituição do Sistema Nacional da Cultura, instituição do Programa Cultura do Trabalhador e o Vale-Cultura, a instituição do Sistema Nacional de Cultura e uma nova lei de fomento são alguns dos temas em discussão no Congresso Nacional.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>2. Proposições legislativas referentes à cultura em tramitação no Congresso Nacional</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Abordaremos algumas das proposições legislativas referentes à cultura em tramitação no Congresso Nacional de maneira concisa. Para cada matéria selecionada, apresentaremos informações básicas sobre tramitação e acrescentaremos breves comentários sobre seu conteúdo e sua importância no cenário atual das políticas públicas no Brasil.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Proposta de Emenda à Constituição nº 150, de 2003</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Entre as proposições legislativas em tramitação no Poder Legislativo Federal, uma das mais importantes é a Proposta de Emenda à Constituição nº 150, de 2003, que acrescenta o art. 216-A à Constituição Federal, para destinação de recursos à cultura. A proposta tramita apensada à PEC nº 324, de 2001, que também trata do tema da destinação de recursos para a cultura.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">De acordo com a PE nº 150, de 2003, os percentuais mínimos a serem aplicados anualmente na preservação do patrimônio cultural brasileiro e na produção e difusão da cultura nacional serão de dois por cento para a União, de um e meio por cento para os Estados e o Distrito Federal e de um por cento para os Municípios. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A proposição estabelece, também, que, dos recursos a serem aplicados pela União, vinte e cinco por cento serão destinados aos Estados e ao Distrito Federal, e vinte e cinco por cento aos Municípios.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Com a aprovação da PEC nº 150, de 2003, os recursos destinados à Cultura passariam dos atuais 0,6% do orçamento federal, cerca de R$ 1,3 bilhão, para 2%, o que equivale a pouco mais de R$ 5 bilhões.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A proposta adota padrões de partição das receitas entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios de forma compatível com o que se prevê para a estruturação do Sistema Nacional de Cultura (PEC nº 416, de 2005).</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;"><b>Proposta de Emenda à Constituição nº 416, de 2005</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A PEC nº 416, de 2005, de autoria do Deputado Paulo Pimenta e outros Senhores Deputados, acrescenta o art. 216-A à Constituição Federal para instituir o Sistema Nacional de Cultura. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A proposição busca garantir a todos os brasileiros o exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, conforme determina a Constituição Federal. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Dessa forma, a PEC nº 416, de 2005, tem o objetivo de articular as ações governamentais em um sistema de gestão eficiente, ampliando o acesso à fruição dos bens culturais. Para tanto, é necessário aperfeiçoar a integração dos órgãos formuladores e executores das políticas culturais nos níveis federal, estadual e municipal.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A versão atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados resulta de Substitutivo elaborado após audiência pública com o propósito de ouvir autoridades ligadas ao Ministério da Cultura (MinC) e entidades representativas do setor cultural. A audiência foi realizada, na Câmara dos Deputados, no dia 7 de abril de 2010.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">De acordo com o Substitutivo aprovado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados em 14 de abril de 2010, o Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma horizontal, aberta, descentralizada e participativa, fica assim delineado: </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da federação:</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">I – órgãos gestores da cultura;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">II – conselhos de política cultural;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">III – conferências de cultura;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">IV – comissões intergestores;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">V – planos de cultura;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VI – sistemas de financiamento à cultura;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VII – sistemas de informações e indicadores culturais;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VIII – programas de formação na área da cultura; e</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">IX – sistemas setoriais de cultura.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A proposição estabelece, também, que lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo e que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O principal mérito da proposição a destacar diz respeito ao caráter integrado que pretende imprimir às iniciativas do Poder Público, nas três esferas de governo, na área de cultura. Busca-se, portanto, aperfeiçoar a integração dos órgãos formuladores e executores das políticas culturais nos níveis federal, estadual e municipal.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Entretanto, é importante observar que o caráter sistêmico e integrado das iniciativas governamentais relacionadas à cultura já está previsto na Lei nº 12.343, de 2 de dezembro de 2010, que institui o Plano Nacional de Cultura (PNC), cria o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC) e dá outras providências.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;"><b>Projeto de Lei nº 5.798, de 2009</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O Projeto de Lei nº 5.798, de 2009, de autoria do Poder Executivo, institui o Programa de Cultura do Trabalhador, cria o Vale-Cultura e dá outras providências.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O Vale-Cultura, no valor mensal de R$ 50,00 (cinqüenta reais), deverá ser fornecido pelo empregador ao trabalhador que perceba ate cinco salários mínimos mensais. O trabalhador poderá dispor do Vale-Cultura para adquirir bens e serviços culturais.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O projeto do Vale-Cultura busca atuar como fomento ao consumo cultural. Na realidade, trata-se de uma primeira política pública relacionada ao consumo cultural. Ao longo de sua tramitação nas duas Casas do Congresso Nacional, o PL nº 5.798, de 2009, recebeu diversos aperfeiçoamentos em virtude de audiências públicas realizadas e por meio de emendas de parlamentares. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Entre as modificações, estão a ampliação do benefício a servidores públicos federais e a estagiários e aposentados. Também foi acrescido ao texto original a possibilidade de utilização do Vale-Cultura para a aquisição de periódicos. A proposta tem como principal objetivo enfrentar o grave problema da concentração e exclusão no âmbito do acesso à cultura no Brasil.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;"><b>Projeto de Lei nº 6.722, de 2010</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O Projeto de Lei nº 6.722, de 2010, de autoria do Poder Executivo, institui o Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura (PROCULTURA), e dá outras providências. De acordo com seu art. 1º, a proposição tem a finalidade de mobilizar e aplicar recursos para apoiar projetos culturais que concretizem os princípios da Constituição, em especial os dos arts. 215 e 216. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Trata-se da proposição das bases de um novo marco regulatório de fomento à cultura, que, em síntese, tem a pretensão de ampliar o acesso, fomentar o pluralismo da cultura e enfrentar a questão da concentração dos equipamentos e bens culturais em regiões, territórios e segmentos sociais.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Apresentado pelo Poder Executivo, o Projeto começou a tramitar em 29 de janeiro de 2010 e consiste na mais importante proposição legislativa referente à cultura em exame no Congresso Nacional. Tem por fito a promoção de um novo arranjo institucional, baseado em formas sustentáveis de financiamento e fomento às atividades culturais.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Entre outros aspectos relevantes, o novo modelo busca enfrentar o problema da adequação dos recursos às políticas públicas democraticamente definidas. Identificou-se que o atual Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC) não teve sucesso na democratização do acesso e da fruição dos bens e serviços culturais.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Um dos principais instrumentos para a consecução dos objetivos do Procultura consiste no novo e reformulado Fundo Nacional da Cultura (FNC) e seus fundos setoriais. Além disso, a iniciativa prevê a simplificação da burocracia do MinC para a avaliação de projetos e a concessão de recursos na forma de bolsas e prêmios, o que simplifica, também, a prestação de contas.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O Projeto de Lei nº 6.722, de 2010, é complexo e representa, de fato, uma profunda transformação no cenário das políticas públicas para a cultura no País. A revisão do marco legal do setor, pautada pelo princípio da “republicanização” do emprego dos recursos federais, pode contribuir efetivamente para colocar o setor cultural em um novo patamar. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Há, entretanto, muitos temas sensíveis a serem tratados, entre os quais o risco de captura dos recursos por interesses regionais ou vinculados ao setor privado. Transparência e participação das diversas instâncias da sociedade nessa discussão são essenciais para assegurar que o interesse público será preservado.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">......................</span><br />
<br />
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Parte das reflexões apresentadas neste trabalho fundamenta-se em artigo publicado pelo autor, em coautoria com o Consultor Legislativo João Bosco Bezerra Bonfim, intitulado Agenda legislativa para a cultura. (MENEGUIN, Fernando B. Agenda legislativa para o desenvolvimento nacional. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2011).</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-28965112808899029142011-04-13T12:36:00.000-07:002012-02-24T04:24:29.259-08:00A Capoeira em Brasília<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><i>Um dos objetivos do blog do GEHC é colocar em debate a história da capoeiragem local. Dessa forma, nas próximas postagens vamos incluir uma série de textos sobre a formação da capoeira de Brasília, com breves artigos de análise e algumas entrevistas com mestres e capoeiristas do DF. Nessa postagem, apresentamos um artigo do historiador e capoeirista Daniel Mafra, que concluiu seu curso na Universidade de Brasília com uma interessante pesquisa sobre a capoeira de Brasília. O artigo aborda um momento em que se inicia o processo de institucionalização e valorização social da capoeira. Dessa forma, mestres e professores se esforçavam para superar os estigmas que historicamente marcavam a luta brasileira.</i></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><i>A foto que ilustra o texto foi gentilemente cedida pelo </i><i>projeto História da Capoeira de Brasília - HCB, sob a responsabilidade do professor Rubens Cavalcante Junior (Julião) e de Gabriel Cardoso (Tonico D'angola).</i></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><b>Em Busca das Raízes da Capoeira Candanga</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;">Daniel Mafra - Capoeirista e historiador, formado pela Universidade de Brasília</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Muito já se debateu sobre a prática da capoeira no Rio de Janeiro do século XIX, e são abundantes os registros na imprensa e na literatura, para o desgosto da polícia da época.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em Recife, a capoeira antiga deu lugar à dança do frevo na virada dos séculos XIX-XX, ilustrando de maneira clara a que ponto a repressão chegou em Pernambuco. Esse “causo” está no livro Corpo de Mandinga, de Muniz Sodré.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Há registros da prática da capoeira nas principais cidades do Brasil até o século XIX, mas somente em Salvador há uma continuidade entre a forma antiga e a capoeira atualmente praticada. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A capoeira baiana divulgada em vários estados brasileiros em meados do século XX é um movimento que emerge do legado das culturas africanas no Recôncavo, principalmente povos bantos e iorubás. Paulo Coelho Araújo, em sua dissertação A capoeira: A transformação de uma atividade guerreira numa atividade lúdica, afirma que a ritualização da capoeira está ligada ao candomblé e que era prática corriqueira a execução de movimentos antes dos pontos religiosos. É claro que os instrumentos também estavam ali e eram usados em ambos os momentos.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, apesar das muitas referências simbólicas à antiga capoeira, os principais grupos atuais foram fundados por mestres baianos a partir da década de 1960.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Nesse processo, a capoeira chega em Brasília, trazida por um baiano conhecido como Mestre Arraia, que foi aluno de Mestre Bimba em Salvador e é o pioneiro da capoeira na cidade tendo se “apresentado” como capoeirista em 1963, mas permanecendo apenas dois anos na capital federal. A partir de 1965, o então aluno Tabosa ficou em seu lugar. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Brasília era uma cidade muito nova e promissora e havia um intenso desembarque de pessoas, entre elas capoeiristas. É nessa época que chega o mestre Onça Tigre, também de Salvador e aluno de mestre Bimba, e estabelece um trabalho em Taguatinga. Mestre Zulu havia chegado em 1957 e teve contato com a capoeira através de um carioca chamado Sérgio Maluco, quando se tornou autodidata até 1970 e treinou com mestre Tabosa até começar a ensinar em 1972, passando a desenvolver uma nova vertente de capoeira denominada por ele mesmo de Arte-Luta, que não era nem Angola e nem Regional. Além disso, buscou a institucionalização da capoeira, destacando o nome da cidade na organização de eventos e campeonatos.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A capoeira havia sido reconhecida como esporte de luta em janeiro de 1973, por resolução do Conselho Nacional do Desporto e foi inserida na Confederação Brasileira de Pugilismo. Até 1979 a organização da capoeira em Brasília se constituía de associações independentes. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Foi a partir daí que os dirigentes das principais entidades da luta se uniram pela criação da Federação Brasiliense de Capoeira. Os Mestres Zulu, Tabosa, Barto, Tranqueira, Adilson, Waldemar Santana, Russo, Pombo de Ouro, Risomar, Monera, Risadinha, Chibata e Ruy, que eram os titulares das principais associações da cidade, estavam sempre promovendo intercâmbios entre suas academias da busca do aperfeiçoamento técnico e organizacional da luta em Brasília. Para isso contavam com o apoio do deputado Caio Pompeu (Arena/SP), que chegou a presidir uma reunião que se propunha a debater a criação de uma federação esportiva fundada sob valores democráticos. Um interessante anacronismo entre o partido de direita em pleno regime militar e uma associação esportiva democrática.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O Jornal de Brasília de 29/09/1979 ostentava a seguinte matéria: Capoeiristas do DF querem padronização. O que ilustra a tendência do Distrito Federal na época. A partir da metade da década de 1970, principalmente a partir da realização da primeira Grande Roda de Capoeira, um dos primeiros eventos nacionais de capoeira, em 1976, mestre Zulu parece se destacar na comunidade capoeirística de Brasília como uma espécie de porta-voz, buscando a institucionalização da capoeira enquanto manifestação esportiva da cultura brasileira.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Mestre Zulu de acordo com entrevista concedida ao Jornal de Brasília em 13/01/1980, era contrário às rodas de rua: “Começavam a aparecer em Brasília os primeiros vestígios dessa forma de praticar a capoeira que tanto têm denegrido a capoeira nacional em outros estados da federação devido recair num processo anti-educativo e desprestigioso para a modalidade”. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em contrapartida, a rua é o berço da capoeira, como afirmava Mestre Gigante: “Naquela época não havia academia. Somente no dia de domingo é que tinha vadiagem na rua. “</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em Brasília, a capoeira de rua, que começava a aparecer na segunda metade da década de 1970, era uma extensão da academia. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A forma pela qual os praticantes brasilienses viam a capoeira é completamente distinta dos antigos baianos. Mas a busca pelo aprimoramento físico, a utilização da musculação e inserção de técnicas de outras lutas na prática da capoeira não é exclusividade e nem criação dos brasilienses. Não deixa de ser uma herança de Mestre Bimba, que rompeu com a capoeira tradicional na técnica e ritualística. Criou seqüências de ensino para iniciantes e foi reconhecido como professor de educação física em 1937, quando pôde abrir a primeira academia de capoeira do Brasil, o Centro de Cultura Física e Regional.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Os capoeiristas de Brasília influenciaram na atual configuração da capoeira, principalmente pelas iniciativas de padronização e organização por meios federativos.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A capoeira é e sempre foi dividida e anacrônica. A capoeira de Brasília colabora na construção das técnicas e da estética da capoeira recente. As muitas descontinuidades desse processo, fazem da história da capoeira um campo fértil para pesquisadores e interessados.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNz4l373Ehcch_l-Ycs560thmARpKrVFXeAOey6lJheST2YrMMlPKF0y-MtTJn9es6pNjHxg8evw4AH9p7rMBOR5ZU1dFuJGBENYxB-2X_JuopYfURZodhBd0REMMuWd_TXD_3UyLFQ1I/s1600/5%25C2%25AA+Grande+Roda-Gin%25C3%25A1sio+do+CASEB-Dezembro+1980.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="209" r6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNz4l373Ehcch_l-Ycs560thmARpKrVFXeAOey6lJheST2YrMMlPKF0y-MtTJn9es6pNjHxg8evw4AH9p7rMBOR5ZU1dFuJGBENYxB-2X_JuopYfURZodhBd0REMMuWd_TXD_3UyLFQ1I/s320/5%25C2%25AA+Grande+Roda-Gin%25C3%25A1sio+do+CASEB-Dezembro+1980.JPG" width="320" /></a></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;">V Grande Roda Brasileira de Capoeira - Ginásio do Caseb - 1980</span></div>
<div align="center" style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: small;">Referências</span></b></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">ABREU, Frede. <b>O Barracão do Mestre Waldemar</b>. Salvador: Zarabatana, 2003.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">AMADO, Jorge. <b>Bahia de todos os santos</b>: guia de ruas e mistérios. ed. 37. Rio de Janeiro: Record, 1986.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">ARAÚJO, Paulo Coelho. <b>A capoeira</b>: A transformação de uma atividade guerreira numa atividade lúdica. Tese (Doutorado) – Universidade do Porto, Portugal, 1995.
</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">CAPOEIRA, Nestor. <b>Galo já Cantou</b>. ed. 2. Rio de Janeiro: Record, 1999.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">KARASCH, Mary C. <b>A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808-1850)</b>. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">SOARES, Carlos Eugênio Líbano. <b>A capoeira escrava e outras tradições rebeldes no Rio de Janeiro (1808-1850)</b>. Campinas: Editora da Unicamp, 2001.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">______. <b>A negregada instituição</b>: os capoeiras na Corte Imperial 1850-890. Rio de Janeiro: Access, 1999. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">SODRÉ, Muniz. <b>Mestre Bimba</b>: corpo de mandinga. Rio de Janeiro: Manati, 2002.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VIEIRA, Luiz Renato. <b>O jogo da capoeira</b>: corpo e cultura popular no Brasil. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">ZULU, Mestre. <b>Idiopráxis de capoeira</b>. Brasília: O autor, 1995.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-7236929081141775032011-04-06T08:38:00.000-07:002012-02-24T04:25:14.882-08:00<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Minicurso</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>CAPOEIRA: PERSPECTIVAS HISTÓRICAS E DESAFIOS ATUAIS</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Promoção: Secretaria de Educação do DF– DRE/GUARÁ</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Carga Horária: 6 h. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Ministrante: Luiz Renato Vieira</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A capoeira tornou-se uma das modalidades de luta mais praticadas pelos jovens brasileiros a partir da década de 1980. Mais recentemente, a capoeira ganhou o mundo, e tornou-se um dos principais símbolos da cultura brasileira no exterior. O crescimento de sua prática como alternativa brasileira de atividade física e instrumento pedagógico amplamente difundido em escolas e universidades tem representado uma grande abertura de oportunidades profissionais para professores de educação física e professores e mestres de capoeira que, cada vez mais, percebem a importância de obterem também qualificação profissional e formação acadêmica.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Percebe-se, no entanto, que embora esse salto no conhecimento sobre a capoeira também venha ocorrendo no plano das ciências humanas (sociologia, antropologia, educação e história) não tem ocorrido boa divulgação desse conhecimento entre os professores e praticantes da modalidade. Nos últimos vinte anos, sobretudo, há um sólido conhecimento sobre a história da capoeira sendo desenvolvido nas universidades e divulgado em publicações e em dissertações de mestrado e teses doutorais defendidas no Brasil e no exterior.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Tendo em vista esse contexto, será realizado, com o apoio da Secretaria de Educação do Distrito Federal, o curso Capoeira: Perspectivas Históricas e Desafios Atuais que, de maneira sucinta, pretende levar aos capoeiristas, mestres, professores e demais interessados informações sistematizadas sobre os principais no debate acadêmico e em relação às políticas para a capoeira. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;"><b>Em virtude da carga horária reduzida, o curso tem o caráter de introdução aos temas abordados. Pretende, sobretudo, indicar fontes para estudo e gerar inquietações intelectuais sobre a história e os rumos atuais da capoeiragem no Brasil e no mundo.</b></span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;">As inscrições são gratuitas. Será fornecido material didático e certificado.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;">Temas:</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">1. Noções de história da escravidão e as teses sobre as origens da capoeira</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">2. A capoeiragem carioca, a vadiação baiana e outras manifestações da capoeiragem </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">2. A formação das principais escolas da capoeira: Angola e Regional em perspectiva histórica</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">4. Capoeira e identidade nacional: estruturação dos discursos e apropriações da memória histórica</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">5. Formas de organização da capoeira no cenário cultural e desportivo nacional</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">6. Capoeira e mundialização da cultura: a identidade cultural brasileira e os desafios da globalização</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Inscrições:</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">DRE/Guará – Brasília</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">QE 38, área especial D</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Tel.: 39016657</span></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-39923652738815259372011-04-06T08:26:00.000-07:002012-02-24T04:27:36.195-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
</div>
<br />
<div style="border: medium none;">
<b> <span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">A HISTÓRIA DA CAPOEIRA NA PESQUISA DE MATTHIAS ASSUNÇÃO</span></span></b><br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><b><br /></b></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Luiz Renato Vieira</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="http://books.gigaimg.com/avaxhome/ef/e7/000ce7ef_medium.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://books.gigaimg.com/avaxhome/ef/e7/000ce7ef_medium.jpeg" /></a></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em algumas oportunidades, a tarefa de levar ao leitor do blog do Grupo de Estudos de História da Capoeira informações a respeito do debate atual e das publicações recentes sobre a capoeira, nos limites de uma postagem artigo, revela-se complexa. Isso porque alguns livros que aqui comentamos apresentam tal riqueza de conteúdo e demonstram tanto compromisso de seus autores com a produção de conhecimento sobre a nossa luta que qualquer comentário breve parece não fazer justiça à sua importância. Entretanto, como nossa intenção é indicar boas leituras, e não substituí-las, sigamos em frente. </span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O livro <i>Capoeira: The History of an Afro-Brazilian Martial Art,</i> do professor Matthias Röhrig Assunção foi publicado pela editora Routledge, sediada em Londres e em Nova Iorque, e faz parte de uma coleção intitulada Sport in the Global Society, que traz vários outros títulos interessantes sobre temas como futebol como fenômeno de massas, esporte, globalização e identidade social, esporte e política, entre outros. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Poucos autores enfrentaram de maneira tão bem-sucedida o desafio de escrever sobre a história da capoeira quanto Matthias Assunção. Todos sabemos que o estágio atual do conhecimento acadêmico sobre a história da capoeira – e a grande quantidade de publicações e acervos de informações disponíveis – faz com que o projeto de escrever uma história geral da luta represente uma enorme responsabilidade. Matthias, com o apoio da instituição em que trabalha, a Universidade de Essex (Inglaterra), permaneceu no Brasil mais de um ano dedicando-se exclusivamente à pesquisa em novos acervos, à organização de seus estudos anteriormente realizados e à finalização do livro. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O resultado de todo esse esforço é um texto magistral, estruturado em sete capítulos. Sempre muito bem apoiado na bibliografia especializada e em uma contextualização histórica primorosa, o livro se inicia com o que considero uma de suas maiores contribuições ao conhecimento sobre a capoeira: uma discussão sobre os discursos a respeito da história da luta. Afinal, como historiador experiente, Matthias sabe que a narrativa histórica é carregada de elementos vinculados ao contexto de sua produção, às relações de poder estabelecidas no presente e nos projetos de futuro elaborados pelos grupos humanos que pretendem reconstituí-las. Esse, sem dúvida, é um dos pontos fortes do livro. Para Matthias, a história da capoeira vem sendo contada – pelos historiadores e pelos seus próprios agentes – de acordo com seis narrativas-mestras, fundamentadas em noções como repressão eurocêntrica à prática da capoeira; a busca da “raça brasileira”; a procura da “ginástica brasileira”; a perspectiva étnica, que procura a pureza e as sobrevivências culturais; a narrativa afrocêntrica; e o discurso fundamentado em aspectos regionais, corporativos e de classe social. Essa rica discussão é o foco do primeiro capítulo do livro e, talvez, sua maior contribuição, pois discute os fundamentos sobre os quais vimos construindo nosso conhecimento histórico.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Os capítulos que se seguem abordam a clássica discussão sobre as origens da capoeira. (cap. II), a história da capoeiragem no Rio de Janeiro no século 19 (cap. III) e a antiga vadiação baiana (cap. IV). O capítulo V é dedicado ao Mestre Bimba e à formação da escola da capoeira regional passando, em seguida, à abordagem da codificação da capoeira Angola por Mestre Pastinha (cap. VI). Encerra-se o livro com uma interessante discussão sobre a capoeira contemporânea. (Como vem se disseminando o uso dessa expressão para designar um “estilo”, que estaria fora ou além da dualidade angola-regional, talvez a melhor tradução para o título desse capítulo seja “a capoeira no cenário contemporâneo”). Esse último capítulo, por si só, constitui um estudo de impressionante amplitude sobre o desenvolvimento recente da capoeira no Brasil. Partindo das grandes matrizes do desenvolvimento histórico da capoeira, Matthias Assunção consegue consolidar um número considerável de informações sobre eventos, mestres e escolas compondo um cenário bastante informativo sobre a capoeira no Brasil atual. As páginas finais do volume são dedicadas ao tema da globalização da capoeira. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O livro <i>Capoeira: The History of an Afro-Brazilian Martial Art</i><b> </b>é o resultado de muitos anos de pesquisa séria e dedicada. Lembro-me que, em 1994, quando cursava doutoramento na Universidade de Paris, fui convidado pelo amigo Mestre Ousado para ministrar workshop em sua escola de capoeira em Londres (Association of Capoeira Argola de Ouro). Nessa atividade, entre os convidados do Mestre Ousado, tive a oportunidade de conhecer Matthias Assunção, que já era um pesquisador consagrado pelos seus estudos sobre o Brasil (principalmente sobre a história da escravidão no Maranhão), mas que se revelou também um entusiasta da capoeira. Não queria se restringir aos estudos teóricos, era e ainda é um empolgado praticante da nossa arte.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O autor informa que está sendo preparada uma edição do livro em português. Esperamos que os editores brasileiros despertem para a importância do tema e permitam ao grande público o acesso a esse importante estudo sobre nossa história e nosso patrimônio cultural.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-73034972468919087952011-04-06T07:57:00.000-07:002012-02-24T04:32:33.383-08:00<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<i><span style="font-size: small;">Nessa postagem, divulgaremos entrevista realizada pelo Mestre Falcão com o Prof. Lamartine Pereira da Costa, autor do livro Capoeira sem Mestre. O livro completa cinquenta anos de publicação em 2011. De uma certa forma, podemos dizer que o autor antecipou-se ao movimento de crescimento da capoeira e percebeu a importância que a capoeira viria a assumir no cenário cultural brasileiro. </span></i></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: small;"><br /></span></i></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: small;">A publicação é datada: é retrato de um momento em que se acreditava que a capoeira se fortaleceria como um método ginástico, ou como uma modalidade de luta, mais do que uma manifestação de forte conteúdo cultural, étnica e social. É um interessante registro de uma época da história da nossa capoeiragem.</span></i></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<i><span style="font-size: small;"><br /></span></i></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<i><span style="font-size: small;">Luiz Renato</span></i></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">-----------------------------</span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><b> CINQUENTENÁRIO DA PUBLICAÇÃO DO LIVRO CAPOEIRA SEM MESTRE</b></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Mestre Falcão</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpYGyf62jp7NncvksnQsHO6rMfkcw1uqcV_YR1-NJE2Wv6X_LC7OFPP15Y_vIyWpNIGzQ8ul41O86t2TNDDp9IGfC_0xlYaUKpSWhBZDMAwNF8G1N9g67LfUNpEkeovbpEZ89xfm7GZGI/s1600/sem+mestre.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" r6="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpYGyf62jp7NncvksnQsHO6rMfkcw1uqcV_YR1-NJE2Wv6X_LC7OFPP15Y_vIyWpNIGzQ8ul41O86t2TNDDp9IGfC_0xlYaUKpSWhBZDMAwNF8G1N9g67LfUNpEkeovbpEZ89xfm7GZGI/s320/sem+mestre.bmp" width="210" /></a></span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;">Durante a realização do Primeiro Seminário de Pesquisa do Projeto Diagnóstico Nacional do Esporte, em Salvador-BA, entre os dias 05 e 06 de fevereiro de 2011, tivemos a oportunidade de dialogar com o Professor Lamartine Pereira da Costa sobre muitos assuntos relacionados ao mundo dos esportes, especialmente sobre temas relativos a diagnósticos, levantamentos e procedimentos de pesquisa de larga escala.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em um dos intervalos do evento, no deslocamento para o hotel, o professor Lamartine nos concedeu essa breve entrevista.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Mestre Falcão</b>: Professor Lamartine, gostaria de fazer uma pergunta sobre uma obra relacionada com a capoeira que o senhor publicou que parece se tratar de uma das primeiras referências sobre capoeira vinculada ao mundo da Academia, editada na década de 1960. Gostaria que o senhor falasse um pouco sobre esse trabalho e, também, qual a sua avaliação sobre a capoeira no Brasil atualmente, suas tensões e contradições.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Professor Lamartine</b>: Em 1961 eu me tornei um praticante de capoeira, porque eu conheci umas pessoas que estavam envolvidas com isso. Essas pessoas eram da capoeira do Rio de Janeiro, que era uma capoeira bem diferente. Uma capoeira da Zona Sul. Uma capoeira de porrada. Por intermédio dessas pessoas com quem me liguei acabei conhecendo Artur Emídio, que ainda está vido. Um grande mestre de capoeira, primeiro na Bahia, depois no Rio de Janeiro. Tinha uma academia em Olaria, que era a única. Assim mesmo era informal. As reuniões eram em clubes. Variava de lugar. Acontecia principalmente na rua. Ele [Artur Emídio] tinha um grupo. Depois e um ou dois anos de treinamento com o Artur Emídio eu cheguei à conclusão que era interessante ter alguma coisa publicada para servir de base para os cursos que eram muito improvisados. Ai eu fui, ou melhor, vim à Bahia, porque agora estamos na Bahia e entrevistei os capoeiras que eram aqueles caras manjados, o Pastinha [...]. Não tinha uma coisa muito ampla, mas já existiam aqueles caras santificados na capoeira, né. Eu notei que era uma capoeira diferente porque Artur Emídio era um homem do Vale-Tudo, mas mantinha a tradição da Bahia. Não sei se vocês sabem disso. Ele era aqui da Bahia e chegou lá no Rio com esse negócio de Vale-Tudo, desafiando muita gente. Quase mataram ele. Ele tem uma história, esse camarada, manteve a capoeira nas suas origens. E é por isso que ele sugeriu que eu viesse à Bahia e eu gostei dessa idéia. Eu consegui fotografar, porque os caras faziam um certo mistério. Eu pedi que descrevessem os golpes, pois eu percebia a variedade de interpretação dos golpes. Enfim, eu fiz um manual muito simples. Naquela época eu não era um cara acadêmico.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Mestre Falcão</b>: O Senhor não era estudante de Educação Física na época?</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Professor Lamartine</b>: Em 1961, não, mas eu vivia metido em diversos esportes, inclusive lutas e acabei caindo na capoeira lá no grupo que fazia parte. Mas, ao voltar ao Rio eu consegui publicar, mas pagando com o meu dinheiro. Não tinha nenhum livro sobre o tema pelo menos visível. Tinha um livro que eu vi na Biblioteca Nacional de 1908 e um outro de 1932. Então eu fiz esse livro que poderia ser o terceiro, não é? Que não era grande vantagem porque a capoeira era proibida pela polícia até os anos 1940-1950. Mas no Rio de Janeiro se contava a dedo os caras que mexiam com a capoeira da Bahia. Então lá na Zona Norte do Rio era só o Artur Emidio e o Djalma Bandeira. Tinha um ou outro cara que vinha da Bahia e passava uma temporada por lá e ficava por isso mesmo. Mas o livro teve muito sucesso porque eu distribuí para algumas revistas e as livrarias aceitaram exemplares sob condição de pagamento posterior...</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Mestre Falcão</b>: E, então, como se deu a divulgação do livro?</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Professor Lamartine</b>: Partiu no início do próprio Grupo Emídio-Bandeira e depois foi capilarizando por meio do boca-a-boca. Mas um ano depois apareceu a Editora Technoprint, do Rio, que me fez uma proposta de colocá-lo na coleção deles de livros de bolso, sob a denominação de "CAPOEIRA SEM MESTRE". Mas o nome original era "Capoeiragem- A Arte da Defesa Pessoal Brasileira" já transparecendo uma intenção minha de se ter uma obra mais sistematizada diante da improvisação e da tradição oral dominante na época. Esta obra original sobrevive como memória na Biblioteca Nacional e eu tenho passado copias a quem solicita.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Mestre Falcão</b>: Professor, o senhor pode falar um pouco mais sobre a capoeira no Rio de Janeiro durante esse período em que o seu livro foi lançado?</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Professor Lamartine</b>: Havia um grupo ligado ao Sinhozinho que era o líder da capoeira na tradição do Rio de Janeiro muito voltada para a luta de rua, que se confundia com o "vale-tudo", modalidade que vinha do exterior e possuía programas na TV à época. Mas o pessoal do Sinhozinho era sério e cultivava técnicas próprias que se misturavam com a capoeira da tradição baiana, com o Jiu-Jitsu, já se recriando em versão brasileira dos irmãos Gracie de Belém do Pará. A expressão Capoeiragem era corrente entre os seguidores do Sinhozinho, que segurou a tradição da capoeira carioca que vinha do século 19, a qual foi a modalidade proibida pela Polícia.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<span style="font-size: small;"><b>Mestre Falcão</b>: Qual a repercussão desse livro? Qual foi a tiragem do mesmo? Ele foi publicado em outras línguas?</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Professor Lamartine</b>: O livro em si somente teve penetração no Brasil, atingindo certos lutadores dos EUA que chegaram a me escrever mais por curiosidade. Como eu notei interesse e manejava bem inglês e francês fiz artigos para revistas do exterior e consegui publicar o que aparentemente foram os primeiros trabalhos técnicos sobre o tema fora do mundo de língua portuguesa. A partir dai e ate hoje recebo mensagens de fora do país me consultando sobre a capoeira, habitualmente da Bahia, pois a versão carioca (Sinhozinho) se diluiu no tempo. Por esta razão, o Atlas do Esporte do Brasil (2005), que fui editor, apresenta dois capítulos sobre a Capoeira, um da tradição baiana e outro de memória sobre a versão carioca.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Mestre Falcão</b>: Ao que parece, depois daquele livro o senhor não produziu mais nenhuma obra relacionada com a capoeira? O que aconteceu? O senhor se sentiu desestimulado com esse contexto? O que o fez perder o interesse pela capoeira?</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Professor Lamartine</b>: Não me senti desiludido, mas percebi que passei a ser visto como competidor dos mestres da tradição. Alguns até começaram a me hostilizar e então achei que tinha de ir para outra praia, a do lado da ciência de maior comprometimento na minha carreira de professor de educação física que à época era meu maior empenho. E não abandonei totalmente a área, apenas fiquei mais discreto... Tenho contribuições de apoio - a do Atlas 2005, por exemplo -participação em bancas doutorado e mestrado no tema (incluindo Portugal) e tenho ate produção recente sobre iconografia da capoeira. Em resumo, meu interesse hoje é sobretudo acadêmico, pois passei a quem de direito os impactos positivos que consegui produzir, isto é, para os mestres em atividade, vetores culturais da capoeira no tempo presente. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Mestre Falcão</b>: Professor, o que o senhor acha do movimento atual da capoeira? Qual a sua avaliação sobre a atualidade desse fenômeno que se expandiu para todos os continentes?</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><b>Professor Lamartine</b>: O crescimento da Capoeira se explica pela natureza dela mesma: é uma luta de raiz cultural, de espontaneidade, além de nacionalidades e da ciência. Foi para o mundo e tem sido aceita e nós, brasileiros que a perceberam e a cultivaram, fomos as alavancas de apoio inicial a este movimento. Saravá!</span></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
</div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-66816267670167742242010-12-21T16:51:00.000-08:002012-02-24T04:40:39.830-08:00Concurso Fundação Cultural Palmares<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<span style="font-size: small;">Mestre Luiz Renato</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Terminaram no dia 20 de dezembro os trabalhos da Comissão Julgadora que avaliou as monografias e dissertações participantes do Concurso Nacional de Pesquisa sobre Cultura Afro-Brasileira, realizado pela Fundação Cultural Palmares.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Foram apresentados 146 estudos sobre vários temas relacionados à cultura afro-brasileira. Os trabalhos selecionados apresentam ótima qualidade acadêmica, incluindo pesquisas sobre a capoeira, suas tradições, formas de preservação da identidade e de transmissão de saberes ancestrais. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">É importante que os excelentes textos sobre a capoeira que participaram do concurso sejam disponibilizados para o público, juntamente com as demais pesquisas, ainda que, inicialmente, em meio digital, pela Internet.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Tive a honra de participar da Comissão Julgadora, que foi composta por 22 pesquisadores de todas as regiões do País, buscando contemplar as diversas áreas de estudo relacionadas às manifestações da cultura negra. Na reunião de avaliação dos trabalhos, várias sugestões foram apresentadas para as próximas edições do Concurso, inclusive a publicação das monografias e dissertações selecionadas. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Segue matéria publicada na Revista Palmares (edição especial, nov. 2010), a respeito do concurso.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWda4FOWpS84zpWYW-8udxDCj7U2B8K7KGKmvfVuz_HspfCtqwk_ku9MzU1q2lQXmfdQuWdN1b9M-lJ__ywoLwmcf0s2HcyD6oUOftZTzBa1Zn1tzVLs3AmTTuQ6CcXHLErl0l-RU56sc/s1600/Funda%25C3%25A7%25C3%25A3o+Palmares.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWda4FOWpS84zpWYW-8udxDCj7U2B8K7KGKmvfVuz_HspfCtqwk_ku9MzU1q2lQXmfdQuWdN1b9M-lJ__ywoLwmcf0s2HcyD6oUOftZTzBa1Zn1tzVLs3AmTTuQ6CcXHLErl0l-RU56sc/s640/Funda%25C3%25A7%25C3%25A3o+Palmares.jpg" width="436" /></a></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-19217426905296395542010-12-13T09:37:00.000-08:002012-02-24T04:41:11.548-08:00Lei Institui o Plano Nacional de Cultura<br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Mestre Luiz Renato</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglujxgCOZrpKpQlYS4-3h8UfX4hhWVFOXeFV17jb_jIDLCVteV0k2vNkARNiF-nT8hlhOI0DJb15GvmVg7PldgG9XsrfcGDzZL0NOn4fUqZH2hALmzw_GdYV2z9JSmMSpADDax08-gcBY/s1600/plano-nacional-de-cultura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglujxgCOZrpKpQlYS4-3h8UfX4hhWVFOXeFV17jb_jIDLCVteV0k2vNkARNiF-nT8hlhOI0DJb15GvmVg7PldgG9XsrfcGDzZL0NOn4fUqZH2hALmzw_GdYV2z9JSmMSpADDax08-gcBY/s400/plano-nacional-de-cultura.jpg" width="342" /></a></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">No dia 2 de dezembro, foi sancionada a Lei 12.343/2010, que institui o Plano Nacional de Cultura (PNC). A norma vigorará pelo período de dez anos e se fundamenta nos princípios a seguir expostos:</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">I – liberdade de expressão, criação e fruição;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">II – diversidade cultural;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">III – respeito aos direitos humanos;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">IV – direito de todos à arte e à cultura;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">V – direito à informação, à comunicação e à crítica cultural;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VI – direito à memória e às tradições;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VII – responsabilidade socioambiental;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VIII – valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">IX – democratização das instâncias de formulação das políticas culturais;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">X – responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">XI – colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">XII – participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">São objetivos do Plano Nacional de Cultura:</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">I – reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">II – proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">III – valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">IV – promover o direito à memória por meio dos museus, arquivos e coleções;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">V – universalizar o acesso à arte e à cultura;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VI – estimular a presença da arte e da cultura no ambiente educacional;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VII – estimular o pensamento crítico e reflexivo em torno dos valores simbólicos;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">VIII – estimular a sustentabilidade socioambiental;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">IX – desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a exportação de bens, serviços e conteúdos culturais;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">X – reconhecer os saberes, conhecimentos e expressões tradicionais e os direitos de seus detentores;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">XI – qualificar a gestão na área cultural nos setores público e privado;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">XII – profissionalizar e especializar os agentes e gestores culturais;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">XIII – descentralizar a implementação das políticas públicas de cultura;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">XIV – consolidar processos de consulta e participação da sociedade na formulação das políticas culturais;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">XV – ampliar a presença e o intercâmbio da cultura brasileira no mundo contemporâneo;</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">XVI – articular e integrar sistemas de gestão cultural.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A Lei enumera, também, as atribuições do Poder Público no que concerne à implantação do Plano Nacional de Cultura, determinando que caberá ao Ministério da Cultura a função de coordenação executiva e de implantação do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC).</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">São estabelecidas normas relativas ao financiamento das ações previstas no PNC, entre as quais se destaca a determinação de que o Fundo Nacional de Cultura, por meio de seus fundos setoriais, será o principal mecanismo de fomento às políticas culturais.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">São, em seguida, definidas as diretrizes do sistema de monitoramento e avaliação do PNC, e apresentadas as disposições finais, determinando, entre outros aspectos, a revisão periódica do plano e a criação do Comitê Executivo, responsável pela revisão das diretrizes e estabelecimento de metas. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O Plano Nacional de Cultura teve suas diretrizes definidas na I Conferência Nacional de Cultura, uma consulta ampla e abrangente que mobilizou diversos segmentos da sociedade brasileira. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">É fundamental observar que o PNC contribuirá para a preservação da diversidade cultural do País e para uma gestão mais democrática e transparente dos recursos destinados aos diversos setores da produção cultural.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ao associar a noção de cultura à idéia de cidadania, o PNC contribui, fundamentalmente, para definir o compromisso do Estado com a ampliação do acesso aos mecanismos de produção cultural e às possibilidades de consumo dos bens simbólicos produzidos no País. E isso não é pouco. Em um cenário marcado, tradicionalmente, pela associação da cultura ao etos das camadas mais ricas da sociedade, adotar a perspectiva da cultura como cidadania é acentuar uma inflexão que, nos últimos anos, tem sido a marca dos órgãos gestores da política cultural no Brasil.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Dessa forma, na perspectiva de um conceito amplo e democrático de cultura, a proposição consolida avanços significativos em diversos setores ligados à produção cultural. Os cinco capítulos que compõem o Plano Nacional de Cultura (1 – Do Estado; 2 – Da diversidade; 3 – Do acesso; 4 – Do desenvolvimento sustentável; e 5 – Da participação social) abordam as mais importantes questões relativas à cultura no Brasil contemporâneo. Trata-se de um conjunto de diretrizes que vão da revisão do papel do Estado como indutor dos processos de produção cultura e gestor do sistema de cultura aos mecanismos de financiamento de projetos culturais de iniciativa de diversos segmentos da sociedade.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ressalte-se que, a par do alcance das diretrizes que compõem o Plano Nacional de Cultura, é preciso salientar que o documento surge de um complexo processo de mobilização do setor cultural em todo o País. De forma pioneira, as bases da sociedade foram chamadas a opinar sobre as formas de organização do Estado para a gestão da cultura. O Plano Nacional de Cultura surge, portanto, dotado de ampla legitimidade popular.. </span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Dessa forma, pela forma democrática que marcou sua elaboração, pela abrangência de suas proposições e pelo conceito aberto e democrático de Estado que a informa, a Lei 12.343/2010 representa um marco no desenvolvimento cultural do Brasil.</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Nas próximas semanas, examinaremos outras importantes iniciativas relacionadas à área da cultura. Há várias proposições legislativas em tramitação, relacionadas ao setor cultural, e é importante ampliar essa discussão no âmbito da sociedade civil e dos setores que produzem cultura no País.</span></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-41100847385256034672010-12-03T10:06:00.000-08:002012-02-24T04:42:14.515-08:00Os Velhos Mestres da Vadiação Baiana<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Mestre Luiz Renato</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Verdana,sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgsZrkaAIh1QE16iaHOsSExrouoKLb5YyXVdJC8NQV2bz6n85ZM5rv2yyJmp2ISHXZ3yL8I16kqKrRrBxmFTkxFt-0iFKUmDMSdNbe0wHQRlR9MGNVks6sN3kmV0ej1Kqb8vPXJHVJhZs/s1600/02+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="270" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgsZrkaAIh1QE16iaHOsSExrouoKLb5YyXVdJC8NQV2bz6n85ZM5rv2yyJmp2ISHXZ3yL8I16kqKrRrBxmFTkxFt-0iFKUmDMSdNbe0wHQRlR9MGNVks6sN3kmV0ej1Kqb8vPXJHVJhZs/s400/02+%25282%2529.jpg" width="400" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Luiz Renato e Mestre João Grande em sua academia em NY, 1998.</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Neste texto, pretendemos abordar alguns aspectos da capoeiragem baiana do início do século passado — principalmente dos anos 30 aos anos 50 — , a partir de informações obtidas junto aos chamados “velhos mestres”, alguns dos quais já falecidos, como os mestres Caiçara, Canjiquinha, Bobó, Ferreirinha, Paulo dos Anjos e Waldemar da Liberdade, também conhecido como Waldemar do Pero Vaz. Na realidade, para falar da capoeira baiana do início do século passado, seria necessário destacar a participação de figuras como Samuel Querido de Deus, Nagé, Aberrê, Juvenal, Barbosa, Onça-Preta, Amorzinho, Zacarias, Cabelo Bom e outros. Mas não é nossa proposta detalhar a vida e os feitos desses grandes capoeiras, neste momento. Daremos maior ênfase a alguns dos que fizeram a ligação da antiga capoeiragem baiana com a realidade que vivemos, hoje em dia.</span></div>
</div>
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Os "velhos mestres" da capoeira da Bahia são considerados os guardiões das tradições da capoeira. É preciso notar que, em outros estados brasileiros, principalmente no Rio de Janeiro, também encontramos velhos mestres, defendendo as tradições da nossa arte-luta, mas aqui nos referiremos somente a alguns dos mestres baianos. Quando falamos de velhos mestres, estamos tratando, na verdade, de pessoas que, ao longo dos anos, acumularam imensa experiência nas rodas de capoeira e na vida, tornando-se importantíssimas referências para os capoeiras das gerações mais novas. Esses personagens da história da capoeira vêm sendo redescobertos e valorizados. Muitos ainda vivem em grandes dificuldades e alguns outros chegaram a morrer na pobreza, como mestre Pastinha. Esperamos que, com o grande crescimento que a capoeira vem apresentando, esses verdadeiros mestres tenham seu lugar reconhecido na história da cultura popular brasileira.</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx0_vgbfJZ_zSKi2iEK99n3-lbLMAQxsQOUJIC30mn5TWCEGvlfPPMS4w1rW9qWH1gqIGf0Wj5UsNfFLYNcYVvnf0DnpGmwYnrq8ImQTWT0P4UlnFJsrgNfARgTVEcQx3pR28VpcnbaFA/s1600/34.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="135" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx0_vgbfJZ_zSKi2iEK99n3-lbLMAQxsQOUJIC30mn5TWCEGvlfPPMS4w1rW9qWH1gqIGf0Wj5UsNfFLYNcYVvnf0DnpGmwYnrq8ImQTWT0P4UlnFJsrgNfARgTVEcQx3pR28VpcnbaFA/s200/34.jpg" width="200" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Com Mestre João Grande no forte Santo Antônio. Salvador, 1988.</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: small;"> A maioria dos velhos mestres baianos representa a escola da capoeira Angola (embora alguns se recusem a aceitar a dicotomia Angola/Regional) e entre eles podemos citar: Bobó, Caiçara, Canjiquinha, Ferreirinha, Paulo dos Anjos, Waldemar do Pero Vaz, João Pequeno, Gigante, João Grande e Curió. Dessa lista, infelizmente, apenas os quatro últimos ainda estão vivos. </span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">É muito difícil estabelecer, rigorosamente, "linhas de filiação", quando falamos dos velhos mestres, uma vez que no tempo em que a maior parte desses grandes capoeiras iniciou-se na luta, a prática era informal e, em alguns casos, realizada nas ruas de Salvador, aos domingos ou nas festas de largo. No entanto, mestre Pastinha aparece como a mais importante figura nas tradições da Angola e referem-se a ele como "o mestre que me ensinou", entre outros, os mestres: Curió, João Pequeno e João Grande. Na realidade, além de ter sido um respeitado mestre, Pastinha se destaca como o principal articulador da capoeira Angola junto aos poderes públicos de sua época, obtendo apoio dos órgãos de turismo e outras instituições estaduais e municipais. Alguns dos velhos mestres ressaltam seu papel como "presidente da capoeira", principalmente em virtude de sua atuação na fundação do Centro Esportivo de Capoeira Angola, em 1941, com o objetivo de reunir alguns dos melhores capoeiristas da Bahia. Além de mestre Caiçara, contribuíram para a organização do Centro Esportivo de Capoeira Angola, Pastinha, Traíra, Pivô, Waldemar da Liberdade e outros capoeiras da época.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgB1yEwr6KGClk49LfgaV5i1g2xW6ZFbGi8Q0SE47UmDJFA4XpVAkgByRgXs2nysV5M2rY0mjwMW1Pzb3c2i2hjrnVhPaKweDa4BsZ61KUQRl6w4AOiAzSIDBZAtyMxh-wkQyuH8IM9Xo/s1600/32.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="270" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgB1yEwr6KGClk49LfgaV5i1g2xW6ZFbGi8Q0SE47UmDJFA4XpVAkgByRgXs2nysV5M2rY0mjwMW1Pzb3c2i2hjrnVhPaKweDa4BsZ61KUQRl6w4AOiAzSIDBZAtyMxh-wkQyuH8IM9Xo/s400/32.jpg" width="400" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Mestre Ferreirinha entrevistado por Mestres Itapoan, Luiz Renato e Eziquiel</span><br />
<span style="font-size: small;">Santo Amaro da Purificação, 1989.</span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Os mestres Canjiquinha e Caiçara foram discípulos de Aberrê, que Caiçara descreve como "um filho de escravos trazidos da África". Bobó e Ferreirinha afirmavam ter aprendido capoeira com mestres de Santo Amaro da Purificação, respectivamente Benedito de Santo Amaro e Antônio Asa Branca. Mestre Gigante, também conhecido como Bigodinho, aprendeu a arte com um dos capoeiristas mais famosos de seu tempo, o Cobrinha Verde, tendo depois praticado no Centro Esportivo de mestre Pastinha. Freqüentou por muito tempo, também, a academia de Capoeira Regional de mestre Bimba que, segundo fomos informados, o considerava "o melhor tocador de berimbau da Bahia". Mestre Paulo dos Anjos, recentemente falecido e um capoeirista mais jovem entre os velhos mestres, foi aluno de mestre Canjiquinha. Mestre Waldemar do Pero Vaz, tendo iniciado a prática da capoeira em 1936, já com 20 anos de idade, foi aluno de capoeiras que figuram como verdadeiros mitos na nossa memória: Canário Pardo, Piripiri, Talavi e Siri-de-Mangue. Mestre Waldemar tem um papel particularmente importante na história da capoeiragem baiana porque, antes de Pastinha se destacar como o principal organizador dos angoleiros, já figurava como liderança que unia os “bambas” da capoeira tradicional, não vinculados à escola de mestre Bimba.</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; text-align: justify;">
</div>
<br />
<div style="border: medium none; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX7WwmHonkSvIIovMyzglFnWp3W_hUuq14At5dP01g58leb_FItKDLDD5UkkbX-RqHc1NuLNuipvs636yjEv-f_g1LItt_iuNLCct5dHu2xIBZjZ8GrnaP99ihAm7C4rvItmVbTyicCZc/s1600/LR+e+Waldemar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="223" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX7WwmHonkSvIIovMyzglFnWp3W_hUuq14At5dP01g58leb_FItKDLDD5UkkbX-RqHc1NuLNuipvs636yjEv-f_g1LItt_iuNLCct5dHu2xIBZjZ8GrnaP99ihAm7C4rvItmVbTyicCZc/s400/LR+e+Waldemar.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr style="font-family: Verdana,sans-serif;"><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Luiz Renato e Mestre Waldemar (1914-1990)<br />
Entrevista realizada em 1989 em Salvador.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Naquela época, o aprendizado ocorria de maneira vivencial; na maioria dos casos, na própria roda de capoeira. Assim, o iniciante aprendia com os jogadores mais experimentados, informalmente. Embora, já em 1932, tenha sido fundada por mestre Bimba a primeira academia, o aprendizado informal da capoeira, nas ruas de Salvador, predominou até meados da década de 50. De acordo com mestre Gigante, "Naquela época não havia academia. Somente no dia de domingo é que tinha a vadiagem na rua" .</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Mestre Waldemar, por exemplo, como já afirmamos, organizou por muitos anos a roda mais famosa de Salvador, no Corta-Braço, na Estrada da Liberdade. Comparando o aprendizado informal de sua época com os treinamentos de capoeira nas academias atuais, observou: "A roda na Liberdade era ao ar livre, perto do arvoredo. Eu fazia o ringue na sombra e botava a rapaziada pra jogar. Depois eu fiz um barracão de palha grande, e vinha tudo quanto era capoeirista da Bahia”.</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Assim, o jogo da capoeira aparecia integrado ao cotidiano do povo, como a "pelada". Embora existissem os "cobras", não havia uma rigorosa exigência do domínio da técnica do jogo, mas apenas o conhecimento do ritual da roda e o respeito ao mestre e aos mais antigos. Mesmo havendo os pontos tradicionais de reunião dos capoeiras, principalmente nos domingos à tarde, qualquer ocasião em que se encontrassem era propícia à realização de rodas. Portanto, os bares, as praças, os mercados e as feiras, freqüentemente, eram palco de rodas inesperadas. Eram também comuns as rodas realizadas com o objetivo de recolher dinheiro dos assistentes para ser distribuído entre os capoeiristas. Em alguns locais, estes recolhiam com a boca as cédulas lançadas ao chão da roda, executando complexos movimentos de destreza e equilíbrio sobre as mãos ou, simplesmente, "passando o chapéu" entre os assistentes.</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Sendo uma prática comum no cotidiano da época, a capoeira não exigia nenhuma indumentária especial: o praticante participava calçado e com a roupa do dia-a-dia. Nas rodas mais tradicionais, aos domingos, alguns dos capoeiristas mais destacados faziam questão de se apresentar, trajando refinados ternos de linho branco, como era comum até meados deste século. Vejamos o que disse mestre Paulo dos Anjos sobre o assunto: "Seu Waldemar ia pra roda de capoeira vestido de linho diagonal, uma fazenda que não era qualquer um que vestia não. Chapéu Rameson 3x e sapato da Clark. Você que fosse jogar com ele e, por desacerto, sem querer, você encostasse seu pé sujo no linho diagonal de Waldemar. Não era nem louco!".</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">São muito comuns, na literatura e nos depoimentos, as referências ao traje branco dos capoeiristas do passado, o que se relaciona com a tradição de que capoeira que é bom não cai, nem permite que o outro lhe encoste o pé. No entanto, esse traje não chegou a caracterizar uma vestimenta específica para o jogo. Apenas mais tarde, no final da década de 50, as academias de capoeira passaram a adotar uniformes diferenciados pelas cores das camisetas e das calças, embora mestre Pastinha já adotasse o uniforme amarelo e preto, desde os anos 40.</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="border: medium none; text-align: center;"><div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZvE6XfUbkHGt1uf15gwReyCks_5-G40zJLWKRVGNKdtcablROxy06RRmNiw2wEIlJCKrNXX-fcCXp98AkM7TbGUzoAOT5tzv7bDnBQl9UKP85kYASJ6pP16h7LkOEvFDTBDLfqRfI4Y8/s1600/16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="215" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZvE6XfUbkHGt1uf15gwReyCks_5-G40zJLWKRVGNKdtcablROxy06RRmNiw2wEIlJCKrNXX-fcCXp98AkM7TbGUzoAOT5tzv7bDnBQl9UKP85kYASJ6pP16h7LkOEvFDTBDLfqRfI4Y8/s320/16.jpg" width="320" /></a></span></div>
</td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQcvpFkktwvtXCGB8kQ_XzfRzNKwfXbg2897FHxHaHLLl2cXszGcZ1hUWtgZ52S4Z8HFr6Gx9uMNpohdlJnrDFjLTS_WYwShCI4CvGQLTWRlwULuMXdPEVHS5Nk8TbNrfTGpKNPD9vJXM/s1600/41.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQcvpFkktwvtXCGB8kQ_XzfRzNKwfXbg2897FHxHaHLLl2cXszGcZ1hUWtgZ52S4Z8HFr6Gx9uMNpohdlJnrDFjLTS_WYwShCI4CvGQLTWRlwULuMXdPEVHS5Nk8TbNrfTGpKNPD9vJXM/s320/41.jpg" width="320" /></a></span></div>
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Aula de Capoeira Angola com Mestre João Gande, NY.</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Os ambientes freqüentados pela maioria dos capoeiristas e o contexto em que aconteciam as rodas, eram fatores que colaboravam para os diversos choques com a polícia, embora o último período de ferrenha perseguição aos capoeiras baianos tenha sido a década de 20, quando foi chefe de polícia, Pedro de Azevedo Gordilho, conhecido como Pedrito. Então, a partir da década de 30, foi deixando de existir uma atitude repressiva, especificamente contra os capoeiristas, mas a polícia continuou criando problemas para muitos. Entre os mestres mais idosos da Bahia, há os que se referem, orgulhosamente, aos conflitos de que participaram, inclusive com a polícia, ilustrando o discurso com suas cicatrizes de facadas e tiros, como mestre Caiçara. Mas Canjiquinha também ressalta a perseguição de que foi vítima: "A gente jogava capoeira nos dias de domingo. Não tinha academia e quando aparecia a polícia a gente tinha que sair correndo".</span></div>
</div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Por outro lado, há casos em que a própria polícia ajudava a "manter a ordem" nas rodas, o que nos mostra como sempre foi complexa a relação da capoeira com as instituições e o poder no Brasil. Vejamos, por exemplo, o que afirmou mestre Waldemar, sobre a roda que organizava na década de 40: "Uma vez, eu fui na delegacia da Liberdade pedir ao delegado que mandasse polícia para olhar a roda que eu fazia. Tinha muito capoeirista aparecendo lá e criando confusão. Ele disse que não precisava não: ‘mande seus alunos dar uma cipoada neles e trazer aqui’".</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<div style="border: medium none;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVQ5e6zzdtsN2M-UlAP4XDVuNbEnreQKmEWWo90R3lWXIar7qJQEz9MlgmiNqSrCr-gBodgq8soPs3ejnILtVC-iHNEIXFwxH5bMnDjuDVdBK5dIScLdWUMXocTwUSC3D5r9CGMnvgNjI/s1600/17.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="270" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVQ5e6zzdtsN2M-UlAP4XDVuNbEnreQKmEWWo90R3lWXIar7qJQEz9MlgmiNqSrCr-gBodgq8soPs3ejnILtVC-iHNEIXFwxH5bMnDjuDVdBK5dIScLdWUMXocTwUSC3D5r9CGMnvgNjI/s400/17.jpg" width="400" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Entrevista com Mestre Bobó. Salvador, 1988.</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: small;"> Os mestres eram figuras altamente respeitadas, destacando-se dos demais pela habilidade no jogo, nos toques do berimbau e nas cantigas. Alguns dos mais famosos que mantinham rodas de capoeira eram mestre Bimba, que fazia roda aos domingos no Alto de Amaralina; mestre Waldemar do Pero Vaz, com sua roda na Estrada da Liberdade; mestre Pastinha, que reunia os capoeiristas no Largo do Pelourinho e mestre Cobrinha Verde, com sua roda no Chame-Chame. Os mestres ocupavam lugar especial nas rodas de capoeira. Era sempre o mestre que iniciava e encerrava a roda, fazia recomendações nos cânticos e podia comprar qualquer jogo que estivesse acontecendo, escolhendo qualquer capoeirista para jogar. Além disso, não se permitia comprar jogo de mestre: apenas outro capoeirista, na mesma condição, poderia fazê-lo. Os mais antigos ressaltam, insistentemente, o fato de que nas rodas, hoje em dia, os mestres não são tratados com a distinção dos outros tempos. Nas palavras de mestre Curió: "Tem alunos que chegam na roda e tomam o berimbau do mestre, tomam o berimbau de minha mão. No meu tempo não tinha isso não. O mestre dava se quisesse. E quando o mestre estava jogando, o aluno não podia entrar".</span></div>
</div>
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;"> </span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">É importante ressaltar que, embora questionem algumas atitudes dos capoeiras da atualidade — como, por exemplo, o desrespeito aos rituais tradicionais —, os velhos mestres, em geral, demonstram grande admiração pelo crescimento e reconhecimento que a capoeira vem alcançando. De uma certa forma, podemos dizer que é a concretização de seus sonhos, embora ainda haja muita coisa a fazer e a resgatar do passado.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxFQphXcVyx1TZ6yC9W6_TQDROMI2IH9NVSTLaWt1MeI_YA1CnegcsGqyxds_4xRysJXHzJt60UAIgwXvtDhzhHsjqZXsh1noT3nBHQsMYVShdrL7wVVzIVhV9ddOYOF0gMXqBaxAFxpM/s1600/44.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="162" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxFQphXcVyx1TZ6yC9W6_TQDROMI2IH9NVSTLaWt1MeI_YA1CnegcsGqyxds_4xRysJXHzJt60UAIgwXvtDhzhHsjqZXsh1noT3nBHQsMYVShdrL7wVVzIVhV9ddOYOF0gMXqBaxAFxpM/s320/44.jpg" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><br /></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: small;">Temos, realmente, muito a aprender com esses mestres. Entendemos que a história não é a ciência do passado, mas a chave para que possamos, conhecendo o passado, construir um futuro melhor. Há fundamentos essenciais que podemos aprender ouvindo, observando e conhecendo as histórias e estórias desses importantes personagens da nossa história e da nossa cultura. </span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">--------------------------</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<b><span style="font-size: small;">Referências</span></b><br />
</div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">VIEIRA, Luiz Renato. <b>O jogo da capoeira</b>: corpo e cultura popular no Brasil. ed. 2. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.</span><br />
<span style="font-size: small;">______. Os velhos mestres da vadiação baiana. <b>Revista Capoeira</b>, n. 7, 1999. </span></div>
</div>
<br />
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
</div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-59534795697168941372010-11-28T16:35:00.000-08:002012-02-24T04:42:31.708-08:00Beribazu debate políticas para a capoeira<div style="border: medium none;">
<br /></div>
<br />
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">No período de 22 a 27 de novembro, o Grupo Beribazu realizou, em Joinville, o evento Venha Ver Catarina, juntamente com o VI Festival Cultural Beribazu. O evento foi organizado pela Professora Karlinha, com a colaboração dos Professores Juliano e Chico e alunos do Grupo na cidade. O evento contou com a importante colaboração da Fundação Cultural de Joinville.</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<br />
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Foram realizadas oficinas, palestras, cerimônia de batismo e entrega de graduações e muitas rodas de capoeira. Na programação do evento, destacou-se a iniciativa da realização de uma mesa-redonda sobre as políticas públicas para a capoeira.</span></div>
<div style="border: medium none;">
</div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">O objetivo da mesa foi levar para a cidade de Joinville informações sobre as iniciativas governamentais relacionadas à capoeira em andamento, principalmente o Programa Pró-Capoeira. Dessa forma, os Mestres Zulu (Brasília), Luiz Renato (Brasília), Falcão (Goiânia) e Fábio (Vitória), participantes desses eventos, colocaram em discussão com o público presente os principais temas discutidos nos três encontros, realizados no Rio de Janeiro, no Recife e em Brasília.</span></div>
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<span style="font-size: small;">Mestre Zulu fez um relato geral dos eventos, destacando as temáticas trabalhadas em cada um, informando ao público sobre as principais demandas levantadas; Mestre Falcão enfatizou a importância da informação e da preparação dos capoeiristas desde o início de sua formação, para a discussão do desenvolvimento da capoeira no contexto social; Mestre Fábio tratou da questão esportiva, apontando as oportunidades e os riscos referentes à expansão da capoeira como desporto pelo mundo. Abordou também a temática, muito discutida atualmente, da possível inclusão da capoeira nas Olimpíadas; Mestre Luiz Renato discutiu os fundamentos da relação da capoeira com o Estado, enfocando os desafios das políticas governamentais para apoiar o desenvolvimento da capoeira respeitando sua diversidade cultural, preservando suas tradições e, ao mesmo tempo, sua dinâmica histórica.</span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Verdana,sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH7DVWTQvwrXpH9b_LhYEGzDbuS4C8J5zBP_cTO2A9BB1tW6pJJ2TTVGD3LtenSVXv_h15Fi8ULMshChAKp40cw7tPgEy7r78QJ7hk-CNjcnTaQKSLssj6fRL4Ms_aFGJ3ajZSXpgvfFo/s1600/DSC04334.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH7DVWTQvwrXpH9b_LhYEGzDbuS4C8J5zBP_cTO2A9BB1tW6pJJ2TTVGD3LtenSVXv_h15Fi8ULMshChAKp40cw7tPgEy7r78QJ7hk-CNjcnTaQKSLssj6fRL4Ms_aFGJ3ajZSXpgvfFo/s320/DSC04334.JPG" width="240" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Mestre Zulu</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Nos debates, foi possível identificar o interesse da comunidade local em acompanhar os desdobramentos das iniciativas do Poder Público relacionadas à capoeira. Percebe-se um crescente esclarecimento dos capoeiristas sobre a importância das políticas públicas e do papel da comunidade participando em todo o processo, do levantamento de prioridades à implementação das ações nas diversas áreas da atuação governamental.</span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Verdana,sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK7Pt6nQg8dhx-lgx4KBbaVcq5QdAVD_tV3p_1Ot5kaL5hett1KUQAzkQTwKqFo18OVOIPXLgJ25qqxH1kedCsdsEd4mMP0JRsC5ax9DTt0UWwFNXDekorHqz2KrZdQepaZPeATb6XHRw/s1600/DSC04337.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK7Pt6nQg8dhx-lgx4KBbaVcq5QdAVD_tV3p_1Ot5kaL5hett1KUQAzkQTwKqFo18OVOIPXLgJ25qqxH1kedCsdsEd4mMP0JRsC5ax9DTt0UWwFNXDekorHqz2KrZdQepaZPeATb6XHRw/s320/DSC04337.JPG" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Professora Karlinha</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Nossos parabéns à Professora Karlinha e a todo o Grupo Beribazu Joinville pela iniciativa de aprofundar o debate sobre a capoeira e incentivar a participação de todos, independentemente da condição de aluno, professor ou mestre, enriquecendo as discussões. O trabalho desenvolvido pela Professora Karlinha em Joinville é coordenado pelo Mestre Luiz Renato e pelo Mestre Igor.</span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP2nEK9BaSX9BoyzcmjtDpdgUrcEtUwysn19EI8mcR09H7fw0XXMcLOOwZaFJk71FNYebtrKced3NiIdQdsbr20JA2QuAX7cl73BlCE5UNlpCRBEOhmihmquALy9MwFVj4XyinkBC9WOg/s1600/DSC04347.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP2nEK9BaSX9BoyzcmjtDpdgUrcEtUwysn19EI8mcR09H7fw0XXMcLOOwZaFJk71FNYebtrKced3NiIdQdsbr20JA2QuAX7cl73BlCE5UNlpCRBEOhmihmquALy9MwFVj4XyinkBC9WOg/s320/DSC04347.JPG" width="320" /></a></span></div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;">Da esq. paraa dir.: Mestre Bill, Mestre Igor, Profa. Karlinha, Mestre Zulu, Mestre Luiz Renato, Mestre Falcão, Mestre Nanã, Mestre Fábio, Prof. Chico. Agachados: Prof. Juliano e Contramestre Léo Brasil</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Verdana,sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8Zh_xLkMZHEQlsPbFjgnuIP0mD6TSNGii1X3TN9ciW7PM4CBERB86PhgP2PJz_yF3DVpMS-9trn3RkDYLEcKx1wUcOclPvDRS_82Ez-2g6pK9wfW3n02qROUEKLPswMIRYwWmG80ZKgo/s1600/DSC04330.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8Zh_xLkMZHEQlsPbFjgnuIP0mD6TSNGii1X3TN9ciW7PM4CBERB86PhgP2PJz_yF3DVpMS-9trn3RkDYLEcKx1wUcOclPvDRS_82Ez-2g6pK9wfW3n02qROUEKLPswMIRYwWmG80ZKgo/s320/DSC04330.JPG" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Profa. Karlinha e Mestres Luiz Renato, Zulu, Falcão e Fábio</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Verdana,sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFTKD8R6iU0sX98PNnbRvuywiKXuk5IzRIKJEQ79sN_dysAHglYog_zw8bnDeGu88cwbyEiYSaBNON8ab-pfPAqTTuO-Nq5hMvsWFHv-2e7ylN3n8fdE5JBQzilNyX5FKryyKR3k2Bqxo/s1600/DSC04329.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFTKD8R6iU0sX98PNnbRvuywiKXuk5IzRIKJEQ79sN_dysAHglYog_zw8bnDeGu88cwbyEiYSaBNON8ab-pfPAqTTuO-Nq5hMvsWFHv-2e7ylN3n8fdE5JBQzilNyX5FKryyKR3k2Bqxo/s320/DSC04329.JPG" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Oficina da Professora Irene Zanga</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXwtdBy-2hmXKWkVP78fiPf7bY357Hueo1T2mA0zPIa9g2cXHbcKab0nlz69alemQHqZlRQnQwLbvVmQFooQnlUBU4PejBK9RJT5nMlsI6c3hE4gy3jQpWGf4_M1amc4XGq-rgBOFJWn0/s1600/Galera+Joinville+2010.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXwtdBy-2hmXKWkVP78fiPf7bY357Hueo1T2mA0zPIa9g2cXHbcKab0nlz69alemQHqZlRQnQwLbvVmQFooQnlUBU4PejBK9RJT5nMlsI6c3hE4gy3jQpWGf4_M1amc4XGq-rgBOFJWn0/s320/Galera+Joinville+2010.jpg" width="320" /></a></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="border: medium none; clear: both; text-align: center;">
<br /></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3869514179797556285.post-37933342512278353272010-11-22T05:36:00.000-08:002012-02-24T04:43:04.477-08:00Curso de Introdução à História da Capoeira<br />
<div align="left" style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Mestre Luiz Renato</span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><personname st="on"><br />
</personname></span></div>
<div align="justify" style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<div>
<span style="font-size: small;">A capoeira tornou-se uma das modalidades de luta mais praticadas pelos jovens brasileiros de diversos estratos sociais a partir da década de 1980. Na década seguinte, a expansão da capoeira pelo mundo foi marcante, tornando a luta um dos principais símbolos da cultura brasileira no exterior. O crescimento de sua prática como alternativa brasileira de prática cultural, atividade física e instrumento pedagógico amplamente difundido em escolas e universidades, tem representado uma grande abertura de oportunidades profissionais para professores de educação física e professores e mestres de capoeira que, cada vez mais, percebem a importância da qualificação e da preparação para o mercado.</span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><personname st="on"></personname></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5542488316375848770" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvfUYZ6obgqWpq1qCzErDuyRgFsWF7qAGBDXUFwwkEQCbupdN9UI_6Tl3O0xQ_QjagVFFNkrVixLoRQgz3CX0b0B-NNTxuKOzDhURHy3FgRTMsdOna3fniQT0JSGQHRfys0uEKI0a4Deo/s320/capoeira+antiga.jpg" style="display: block; height: 268px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></span><br />
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Em parceria com o Centro Cultural Água de Beber (CECAB) coordenado pelo Mestre Ratto (Fotaleza), o Grupo de Estudos de História da Capoeira está organizando uma série de cursos, no Brasil e no exterior, com o propósito de possibilitar, ao professor e mestre de capoeira, o aprofundamento da discussão de temáticas históricas e atuais relacionadas à capoeira e à cultura brasileira em geral. </span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN8C_1YmX_4UzDoG2Vg9Yx9Oxb-esFy6pUg19X39nthjVkTFlRPHXOYX-CBPIR4Xo7efQbu2MegKXbhZkCfTcpOApXr4Eq79VZDOIQtBHXgM75KdF25K3yZHKXnt2Eq0xKjNxvGmekG7Q/s1600/IMG_8014.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN8C_1YmX_4UzDoG2Vg9Yx9Oxb-esFy6pUg19X39nthjVkTFlRPHXOYX-CBPIR4Xo7efQbu2MegKXbhZkCfTcpOApXr4Eq79VZDOIQtBHXgM75KdF25K3yZHKXnt2Eq0xKjNxvGmekG7Q/s320/IMG_8014.JPG" width="320" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Mestre Ratto: Coordenador do CECAB</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: small;"> </span><span style="font-size: small;">Entendemos que a qualificação profissional é uma exigência dos novos tempos, e o professor e o mestre de capoeira precisam reciclar seus conhecimentos e acompanhar o que vem sendo produzido no ambiente acadêmico sobre a nossa arte-luta.</span></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="center" style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><personname st="on"></personname></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><personname st="on"></personname></span></div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5542487157033858370" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPT1THtg1c9YGnnPdAIgmEQjimul9iWq_Q7tlOalfVoOnV5ZqvCZ5h7d6p_yAWzTI-Ega9kdap8sSpcmnQvNBz_pm9p2Hddkww7DKc4Fb7opF3aZQ8O3jfE4PAqV_K2YeLRrHeVOwjG0s/s320/samuel+querido+de+deus.jpg" style="border: medium none; display: block; height: 244px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 310px;" /></span> </div>
<div align="justify" style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Percebe-se, no entanto, que embora um salto no conhecimento sobre a capoeira venha também ocorrendo no plano das ciências humanas e sociais, não tem ocorrido boa divulgação dessas informações entre os professores da luta. Tendo em vista este contexto, o curso de Introdução à História da Capoeira pretende levar à comunidade de praticantes e professores da modalidade e demais interessados informações sistematizadas sobre os principais avanços recentes no campo da história da capoeira.</span></div>
</div>
<div style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5542484341547731442" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfQ22gR9uZkxg03SjZlurM_ZoUN53Ux8SGp_s0hh3RrvgTatOd9S8AQHUe-6IR77v1LeXR7E9MuUnGdPTiVKYFFXQZq31cbfM2ApnIrNk41RgUU_10W0rIvVx0JlOLA-EeiPJTOZKVL8E/s320/Negros+Lutando%252C+Brazil+augusto+earle+1822.bmp" style="border: medium none; display: block; height: 317px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 418px;" /></span> </div>
<div align="center" style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Negros Lutando, Brasil. Augusto Earle, 1822</span></div>
<div align="center" style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="justify" style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Já foram realizados cursos, sob a coordenação do Mestre Ratto, em Fortaleza e em Setúbal (Portugal), onde o CECAB está instalado com o núcleo de ensino do Graduado Goiaba. Outras iniciativas estão previstas para o ano de 2011. A iniciativa merece registro, tendo em vista se tratar de um grupo de professores extremamente qualificados e interessados no aprofundamento dos estudos sobre a capoeiragem e sua história.</span> </div>
</div>
<div align="justify" style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">A oportunidade de dialogar com esse público, </span><span style="font-size: small;">sobretudo com os professores e mestres instalados no exterior há vários anos, é, de fato, profundamente enriquecedora. A cada encontro realizado, retorno com uma agenda de pesquisa e reflexão que surge dos questionamentos formulados pelos participantes, que possuem longa experiência no ensino da capoeira. É, portanto, para mim, uma excelente oportunidade de aprendizado.</span></div>
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgZ9AcKtVErvOp1cvUalzJrkg5PhMfcaQSudK7Xvq2zHs4mDcbJ4ooEkbryTZSScx4y7LwUI1kPlJolsRXhEfw2qNFHpLTB5k1V6DA0JcDtll2h9UWI8AZPM4p0EurEqJxFfTMeONv_ao/s1600/Curso+Portugal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgZ9AcKtVErvOp1cvUalzJrkg5PhMfcaQSudK7Xvq2zHs4mDcbJ4ooEkbryTZSScx4y7LwUI1kPlJolsRXhEfw2qNFHpLTB5k1V6DA0JcDtll2h9UWI8AZPM4p0EurEqJxFfTMeONv_ao/s320/Curso+Portugal.jpg" width="320" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: medium none; font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><personname st="on"></personname></span></div>
<div style="font-family: Verdana,sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div style="border: medium none;">
<span style="font-size: small;">Temas abordados:</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">1. Introdução à discussão sobre o Tráfico Atlântico de escravos, a escravidão no Brasil</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">2. A formação da cultura escrava urbana no Brasil</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">3. O percurso da história da capoeira: viajantes, folcloristas e acadêmicos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">4. Teses sobre as origens da capoeira e primeiros registros históricos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><metricconverter productid="3. A" st="on"><metricconverter productid="3. A" st="on">5. A</metricconverter> capoeiragem carioca, a vadiação baiana e outras manifestações locais da capoeiragem</metricconverter></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><metricconverter productid="4. A" st="on"><metricconverter productid="4. A" st="on">6. A</metricconverter> Capoeira Regional de Mestre Bimba</metricconverter></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><metricconverter productid="5. A" st="on"><metricconverter productid="5. A" st="on">7. Mestre Pastinha e a</metricconverter> Capoeira Angola</metricconverter></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">8. Formas de organização da capoeira no cenário cultural e desportivo nacional</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">9. Capoeira e globalização: a identidade cultural brasileira na nova ordem mundial. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">A iniciativa consiste em versão reformulada e atualizada de curso ministrado na Universidade de Brasília, em três ocasiões, na modalidade Curso de Extensão, com ampla participação da comunidade da capoeira do Distrito Federal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8CCXo22OPrIQopfXuwsRN2UVx4vVfOMM7cFcJur37sAgInzcZDRwKk_aZPHjtBRyqNrUu2plS2mKA7i8xr8UFMpayTHOaV1VpHisSve4dhFVnRJu2F5fojDYqP_Fj3QxB7u908Z28OmE/s1600/historiadacapoeiraa3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8CCXo22OPrIQopfXuwsRN2UVx4vVfOMM7cFcJur37sAgInzcZDRwKk_aZPHjtBRyqNrUu2plS2mKA7i8xr8UFMpayTHOaV1VpHisSve4dhFVnRJu2F5fojDYqP_Fj3QxB7u908Z28OmE/s320/historiadacapoeiraa3.jpg" width="226" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Verdana,sans-serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 6pt 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga-CN7qm1SkXxQBSjHg9exYQL7TrD9D8XBQbQGzEugKAyJQGFNnr_p94lkvj09dkkPYD_neKhIraqF_EZSikNrxMfp2xwJSvfJI_ZcLmmxlZ0NUhIilxt7XhMOLo_Ej6Oj7BhBZjWDx2o/s1600/IMG_8026.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga-CN7qm1SkXxQBSjHg9exYQL7TrD9D8XBQbQGzEugKAyJQGFNnr_p94lkvj09dkkPYD_neKhIraqF_EZSikNrxMfp2xwJSvfJI_ZcLmmxlZ0NUhIilxt7XhMOLo_Ej6Oj7BhBZjWDx2o/s320/IMG_8026.JPG" width="320" /></a></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: Verdana,sans-serif; text-align: center;">
<span style="font-size: small;">Roda de Capoeira em Setúbal - Portugal</span></div>
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 130%;"></span></div><div class="blogger-post-footer">Deixe seu comentário</div>Mestre Luiz Renatohttp://www.blogger.com/profile/03149363984236146045noreply@blogger.com2